Este são alguns do trechos do filme “Pope John Paul II” (Papa João Paulo II, 2005) que ilustra muito bem este contato do então Karol Wojtyla com os jovens. E quando se tornou “João Paulo II”, este aspecto de sua vida não foi diferente.
João Paulo II foi realmente o “papa da juventude” e o primeiro marco desta proximidade com os jovens foi com a instituição das Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), em 1985, quando aconteceu, na Praça São Pedro, um grande encontro por ocasião do Ano da Juventude, declarado pela Nações Unidas.
A primeira aconteceu, portanto, em 1986, no Domingo de Ramos, em Roma, com o tema “Estais sempre prontos a responder a todo aquele que pedir a razão de vossa esperança” (1 Pedro 3,15). A partir de 1987, com a grande procura dos jovens para o encontro, as jornadas foram organizadas em outros países e a primeira fora da capital italiana aconteceu em Buenos Aires, capital da Argentina.
A cada jornada, milhões de jovens do mundo inteiro não deixaram de acorrer ao futuro beato para ouvir as palavras do sucessor de Pedro. E a última JMJ de mobilização internacional de que participou foi em Toronto, no Canadá, no ano de 2002.
Na ocasião, o Papa Karol afirmou que, apesar de sua idade, ele continuava com as mesmas aspirações e esperanças do que os jovens:
“Vós sois jovens e o Papa é idoso, e ter 82 ou 83 anos não é a mesma coisa que ter 22 ou 23. Todavia, ele continua a identificar-se plenamente com as vossas esperanças e as vossas aspirações. Juventude de espírito, juventude de espírito! Embora eu tenha vivido no meio de muitas trevas, sob duros regimes totalitários, tive suficientes motivos para me convencer de maneira inabalável de que nenhuma dificuldade e nenhum temor são tão grandes a ponto de poder sufocar completamente a esperança que jorra sem cessar no coração dos jovens”.
Antes de morrer, em 2005, o Papa Karol também deixou suas últimas palavras à juventude. No dia 6 de agosto de 2004, ele assinou a mensagem para a 20ª JMJ, que aconteceu em agosto de 2005 e da qual acreditava que ainda estaria presente.
No texto, ele deixou um apelo para que os jovens não priorizem as coisas materiais e terrenas: “Jovens, não cedais a falsas ilusões nem a modas efêmeras, que muitas vezes deixam um trágico vazio espiritual! Recusai as soluções do dinheiro, do consumismo e da violência dissimulada que por vezes os meios de comunicação propõem”.
Evangelização da juventude
“João Paulo II foi o grande marco da evangelização da juventude na história da Igreja”. Esta é a definição do assessor do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Carlos Sávio, sobre o pontificado do antecessor de Bento XVI e o trabalho com os jovens.
Padre Sávio também relatou que ele mesmo, desde criança, se encantou com a mensagem de João Paulo II.
De acordo com padre Sávio, todas as ações empreendidas pela Igreja a partir de então foram reflexo da adesão pessoal do Papa pela juventude. O sacerdote considera ainda que tudo o que Karol viveu em sua juventude, nos esportes, teatro etc, contribuiu substancialmente para seu pontificado e na sua maneira singular de falar aos jovens.
Ao destacar que não é possível não se emocionar com os discursos do Papa à juventude, o assessor da CNBB ressalta que os jovens sempre estiveram presentes na vida de João Paulo II e manifestavam sua proximidade a ele: “Os jovens não o deixaram, nem nos momentos mais difíceis de sua vida, de sua doença. Os jovens estavam de prontidão porque sentiam o seu carinho, o afago e a pertença que o Papa tinha para com os jovens da Igreja”. Fonte: site da Canção Nova.