Pavimentam, assim, o caminho da sobrevivência nas eleições de 2012, e quem sabe até um plano B para a sucessão presidencial de 2014.
De um lado, o PMDB queixoso dos maus-tratos do governo e do PT busca na oposição alternativa para manter seu cacife político nos Estados. De outro, líderes do DEM, insatisfeitos com o PSDB, se empenham em mostrar que têm opção. Se tudo der errado, o PMDB surge como alternativa para uma fusão futura.
Foi com esse cenário que as cúpulas dos dois partidos, tendo à frente o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o senador José Agripino (DEM), iniciaram a negociação de parcerias fora das alianças nacionais com petistas e tucanos.
A dobradinha é o recurso de ambos para se fortalecerem na briga pelas prefeituras, a partir de São Paulo e Rio Grande do Norte. Também há conversas na Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Pernambuco, Amapá, Ceará e Espírito Santo.
“O PSDB é nosso interlocutor preferencial, mas compulsório, não”, diz Agripino, satisfeito com a aliança refeita com o PMDB potiguar em torno da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). “Como já estamos juntos no governo estadual, vamos tentar compor no maior número possível de municípios”, anima-se o deputado Henrique Alves (PMDB-RN).
Tempo de TV. Na corrida rumo à Prefeitura de São Paulo, Temer trabalha pela dobradinha com o DEM do deputado Rodrigo Garcia no posto de vice de Gabriel Chalita (PMDB). Determinado a comandar a reconstrução da regional paulista, Temer mira a campanha eletrônica. Afinal, o DEM pode garantir cerca de um minuto e meio a mais em cada bloco da propaganda eleitoral do PMDB no rádio e na TV, que gira em torno dos 2 minutos.
O tempo de TV ganha relevância quando a cúpula peemedebista avalia que a troca de ministérios no governo Dilma Rousseff lhe foi desfavorável. Na comparação com a Era Lula, o partido entende que lhe faltam instrumentos para fazer política nos municípios.
Esta constatação é um estímulo a mais à aproximação, sobretudo diante de um DEM que também se sente desprestigiado pelo PSDB e não vislumbra no tucanato um projeto consolidado para 2014. Mas a motivação do PMDB também passa pela irritação com o governo que não libera os recursos de emendas orçamentárias para atender às bases.
Informações do Estadão