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Padre Cícero: missa pelos 90 anos de morte terá presença de todos os bispos do Ceará

Estimativa é de que 50 mil pessoas visitem o túmulo do Padim Ciço, que hoje ocupa o posto de Servo de Deus e tem o nome avaliado oficialmente desde 2022 em um processo de beatificação

A romaria celebrativa de todo 20 de julho em Juazeiro do Norte, que relembra a cada ano a morte do padre Cícero Romão Batista, está sendo especial em 2024. O vento marca os 90 anos do falecimento do religioso, que desde novembro de 2022 tem seu nome sendo avaliado oficialmente pela Igreja Católica num processo de beatificação. (Estátua de Padre Cicero no Horto, em Juazeiro do Norte Crédito: Fábio Lima).

Esta etapa, que ainda cumpre trâmites em nível local antes de ser enviada para o Vaticano, antecede uma possível canonização — mesmo ele já tendo sido santificado pelo povo romeiro.

A programação festiva, organizada pela Diocese do Crato, foi iniciada na última quarta-feira, 17, e terá seu ápice neste sábado, 20, na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde foram sepultados os restos mortais do sacerdote.

Logo cedo, às 6 da manhã, haverá uma grande concelebração com a presença de todos os bispos das nove dioceses do Ceará, mais padres, outros religiosos e gente romeira de todos os estados do Nordeste que se devotam ao “Padim Ciço”.

A condução inicial deverá ser feita pelo bispo dom Magnus Henrique, da diocese do Crato. Haverá mais quatro missas ao longo do sábado, até as 18 horas.

O bispo da diocese de Salgueiro, em Pernambuco, monsenhor José Vicente, que já foi vigário geral em Juazeiro e integra o Tribunal Eclesiástico que analisa o processo diocesano de beatificação do Padre Cícero, também deve participar da cerimônia.

O tema da programação é “Servo de Deus Padre Cícero, o Missionário do Sertão”, e o lema é “Meu Padrinho, quantas saudades o Senhor deixou entre nós”. O roteiro inclui missas, terços confissões e a sétima edição do Arraiá do Seu Vigário.

“A expectativa é que umas 50 mil pessoas devam passar pela Capela do Socorro para fazer a visita ao túmulo daquele que foi o fundador da cidade de Juazeiro do Norte”, afirma o padre Cícero José da Silva, pároco e reitor da Basílica Santuário de Nossa Senhora das Dores.

Outro momento de destaque será a primeira edição da Romaria do Clero diocesano de Crato. São mais de 120 padres, que se reunirão na tarde desta sexta, 19, e na manhã de sábado, 20.

“Vamos olhar para o testemunho do Padre Cícero Romão e buscar nele a referência para o prosseguimento da missão que nós assumimos”, destaca o padre Cícero José, um dos 12 sacerdotes que têm o mesmo nome do homenageado.

A estimativa dos organizadores religiosos e de gestores municipais é de que 150 mil visitem o município caririense entre o início e o encerramento dos festejos – quase 100 mil somente no fim de semana.

Além da agenda de missas, os romeiros também frequentam os chamados “espaços sagrados” da cidade, como a Estátua do Horto, o túmulo do padre e o Largo em frente à Capela do Socorro, a Basílica de Nossa Senhora das Dores, o Memorial (atualmente fechado para reforma), além de outros equipamentos públicos na região. (Padre Cícero nasceu em 24 de março de 1844 Crédito: Divulgação).

Padre Cícero, Servo de Deus

Padre Cícero hoje ocupa o posto de Servo de Deus, condição formal dentro do processo de beatificação. Em outubro do ano passado, ele também teve seu nome inscrito no Livro de Heróis e Heroínas de Pátria, publicação oficial que reúne as pessoas mais influentes na história do Brasil. Em 2024 também foram celebrados seus 180 anos de nascimento.

São 90 anos de morte, foram 90 de vida. Cícero Romão Batista nasceu no Crato em 24 de março de 1844. Foi ordenado padre em 1870. Chegou ao então Arraial de Juazeiro do Norte em 1872, quando ainda era um povoado de 30 modestas habitações — hoje são mais de 280 mil habitantes.

Como padre e político (primeiro prefeito), foi ouvinte para orientações ou confissões, mas também punido, durante vários anos, pela Igreja Católica por sua postura controversa.

A partir de 1934, com a confirmação de sua morte naquela manhã de 20 de julho, o lugar e todo dia 20 entraram na agenda das romarias, organizadas espontaneamente pelos fiéis.

Mesmo que o padre tenha perdido, por décadas, o direito de conduzir missas e outros sacramentos. Reabilitado pela própria Cúria Romana desde 2015, pode se tornar o santo do sertão.

(…)

(Autor Cláudio Ribeiro / O Povo)

 

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