Fundado em Juiz de Fora, o museu reúne o maior acervo do país referente ao político, incluindo o famoso veículo, adquirido por 470.223 cruzeiros, o que corresponderia atualmente a R$ 170 mil.
Foi em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, que Itamar Franco cresceu e construiu a carreira política. Em homenagem a ele, a cidade abriga um museu dedicado à história, que tem como uma das principais atrações o famoso fusca conversível do ex-presidente da República.
O Fusca Itamar, como ficou conhecido, foi o modelo que marcou a reinauguração da linha de montagem de veículos no Brasil durante o mandato presidencial, como parte do incentivo à aquisição do carro popular.
O veículo era mantido em uma sala no 14ª andar do Edifício Clube Juiz de Fora e foi levado para o Memorial em 2015, sendo retirado pela parte de fora do prédio com a ajuda de um guindaste.
Comprado pelo próprio Itamar por 470.223 mil cruzeiros, atualmente valeria cerca de R$ 170 mil.
O Memorial
O Memorial da República foi fundado em 2015 e reúne o maior acervo do país referente ao ex-presidente, incluindo móveis, fotos, documentos, honrarias, a biblioteca com mais de 7 mil livros e o fusca.
Ao todo, são mais de 1700 objetos em exposição.
O museu está localizado na Rua Benjamin Constant, nº 790, no Centro de Juiz de Fora. A entrada é gratuita, e as visitas podem ser feitas de terça a sexta, das 10h às 18h, e aos sábados, das 13h às 18h.
Posse de Itamar Franco aconteceu em 1992
De família mineira, Itamar Franco nasceu a bordo de um navio que fazia a rota Rio de Janeiro – Salvador e foi registrado na capital baiana em 28 de junho de 1930.
Veio para Juiz de Fora ainda na infância e iniciou a carreira política, elegendo-se prefeito e, depois, senador. Após ser vice-presidente e presidente do Brasil, foi eleito governador de Minas Gerais.
Às 13h10 de uma terça-feira, 29 de dezembro de 1992, Itamar Augusto Cautiero Franco assinou o termo de posse. As galerias do Congresso Nacional estavam lotadas de brasileiros, grande parte jovens com os rostos pintados nas cores da bandeira nacional.
No Memorial da República Presidente Itamar Franco, um texto escrito pelo jornalista Mauro Morais descreveu como foi a posse do presidente:
“Pontualmente às 13h, Itamar Franco entrou no plenário da Câmara, conduzido por líderes partidários. Às 13h06, Mauro Benevides declarou empossado o novo presidente, o terceiro civil a ocupar a presidência do Brasil depois de três décadas do regime ditatorial civil-militar.
A sessão que durara, portanto, 22 minutos, estava encerrada. Eis, então, o principal fato do país naquele 29 de dezembro de 1992, quando o então presidente afastado Fernando Collor de Mello tornou pública sua carta de renúncia às 9h34, deixando vago o cargo, logo ocupado por seu vice”.
No livro ‘O Real Itamar – Uma biografia’, o jornalista Ivanir Yazbeck lembrou um ato do futuro presidente. Discreto, honrou o compromisso e, antes de assinar o termo de posse, sacou do casaco a declaração de bens como garantia de que a transparência e a honestidade embasariam as ações dele.
“Cheguei por acaso, não! Eu era vice-presidente da República. Cheguei à Presidência, primeiro, por Deus, depois, pela Constituição – que me garantiu. Não fui, aliás, o único vice-presidente que chegou à Presidência da República”, afirmou Itamar em entrevista a Yazbeck.
Por G1