
Com a redução dos voos regionais no Brasil, o Governo Federal e o Consórcio Nordeste estão avaliando a criação de uma companhia aérea estatal que irá atuar apenas nos nove estados da região. A proposta foi apresentada pelo ministro do Turismo, Celso Sabino, durante o evento Visit Brasil Summit, no Rio de Janeiro.
O objetivo seria a melhora na conexão entre cidades do interior e os principais destinos turísticos do Nordeste, atuando como uma resposta à diminuição de rotas provocada pela concentração do setor e pela suspensão de linhas consideradas pouco lucrativas. O Ministro Sabino disse que a nova companhia poderia ser gerida diretamente pelo consórcio de governadores do Nordeste.
“O Consórcio Nordeste estuda a possibilidade de oferecer incentivos e até mesmo criar uma companhia aérea pública voltada apenas para atender a nossa região”, afirmou o ministro.
Menos voos e mais concentração
O anúncio ocorre num momento em que se discute a possível fusão entre duas grandes companhias (Azul e Gol) , o que pode gerar uma concentração no mercado e restringir as opções de voos em cidades de médio porte do Nordeste. Muitos desses municípios já enfrentam dificuldades para manter ligações regulares com outros destinos, especialmente os turísticos.
Empresas como a Azul Conecta, Abaeté e MAP Linhas Aéreas continuam operando na região, mas esbarram em obstáculos como a baixa lucratividade e uma concorrência reduzida.
Condições favoráveis para o projeto sair do papel
Apesar dos desafios logísticos e burocráticos que envolvem a criação de uma empresa estatal, os estados nordestinos oferecem incentivos atrativos. Há uma possibilidade de redução de até 75% no Imposto de Renda para empresas instaladas na área de atuação da Sudene, que incluem alíquotas menores de ICMS sobre combustíveis em estados como Pernambuco.
Sendo assim, a criação de uma empresa aérea com operação focada no Nordeste também ajudaria a reduzir a dependência dos grandes aeroportos do Sudeste e estimularia o fluxo de turistas entre os estados da região.
Agora, a questão da infraestrutura, pode favorecer o projeto são os leilões de aeroportos regionais promovidos pelo governo federal. A modernização desses terminais pode atrair mais operadores e criar uma estrutura mais adequada para os voos locais.
Um resgate histórico
O Nordeste já teve uma companhia própria: a Nordeste Linhas Aéreas, criada em 1976, que durante anos atendeu capitais e cidades do interior. A empresa foi incorporada pela Varig em 2003 e deixou de operar.
Essa ideia é recuperar essa visibilidade regional, com uma proposta voltada ao desenvolvimento nordestino por meio da aviação. Embora ainda esteja em fase inicial, o debate reacendeu a importância de garantir uma malha aérea mais justa e acessível para os estados nordestinos.
Portal WSCOM