A palavra “clareou” é o centro de uma disputa envolvendo Ivete Sangalo e o Grupo Clareou. O caso começou a repercutir nas redes sociais na terça-feira (8), após a abertura da venda dos ingressos da turnê “Ivete Clareou”.
A turnê “Ivete Clareou”
A cantora anunciou a turnê “Ivete Clareou” em junho deste ano. O objetivo da turnê é celebrar o samba e homenagear a sambista Clara Nunes, grande referência para a baiana. Segundo Ivete, a ideia de usar o “Clareou” veio justamente dessa inspiração.
Conheça o Grupo Clareou
O “Grupo Clareou” é do Rio de Janeiro, está em atividade desde 2009 e toca samba e pagode. A banda tem músicas com Ferrugem e Suel, além de fazer eventos com Péricles.
O grupo já fez turnê na Europa e nos Estados Unidos e tem 629 mil seguidores nas redes sociais.
Como a disputa começou?
A polêmica envolvendo a banda e a cantora baiana começou na terça-feira (8), horas após o início da abertura da venda dos ingressos da turnê “Ivete Clareou”.
A banda emitiu um comunicado nas redes sociais, onde afirmou que Ivete Sangalo fez uso “indevido” da marca, “sem qualquer consulta ou autorização prévia”. Conforme o comunicado, a marca está registrada desde 2010 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), o que impediria o uso no segmento do entretenimento e de atividades musicais por outros artistas.
O que dizem os representantes de Ivete?
A empresa Super Sounds, responsável pela realização da turnê “Ivete Clareou”, afirmou que o uso da marca “Ivete Clareou” é legítimo e não configura qualquer violação a direitos de terceiros.
Segundo a empresa, a marca registrada pela banda de pagode no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) é “Grupo Clareou” — e não “Clareou”, como afirmado pelos artistas nas redes sociais. O site apurou o registro no banco de dados do INPI e confirmou que a marca foi registrada como “Grupo Clareou”, em 2010.
A Super Sounds ainda afirmou que, ao saber da insatisfação da banda, tentou dialogar para buscar alternativas que eliminassem possibilidades de confusão por parte do público. Porém, os integrantes do grupo teriam apresentado apenas uma proposta com “valores astronômicos”, o que fez com que a empresa encerrasse as tratativas.
Qual a avaliação de especialista?
O site conversou com o advogado Caio Guimarães, especializado em propriedade intelectual. Ele avaliou que a palavra “clareou” não foi usada indevidamente pela artista baiana porque o registro feito pela banda no INPI diz respeito à marca “Grupo Clareou” — e não a “Clareou”.
“Nesse caso específico, não vejo como uma infração, porque não foi feito o uso do registro exato. O simples fato dela usar o “clareou” não configura essa infração”.
De acordo com o advogado, Ivete teria usado a marca de forma indevida caso o projeto se chamasse “Ivete Grupo Clareou”, por exemplo. Nomes extremamente parecidos, como “Grupo Clarear” ou “Grupo Clareia”, também poderiam indicar infrações. (Fonte: G1 BA).
