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Câncer colorretal, como o de Preta Gil, mata 27 pessoas por mês na Bahia

Doença tem crescido entre adultos com menos de 50 anos

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A cantora e empresária Preta Gil morreu aos 50 anos neste domingo (20), após complicações causadas por um câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023. O tumor atinge as partes finais do tubo gastrointestinal, principalmente o cólon (intestino grosso) e o reto. É o terceiro câncer mais comum entre os brasileiros, atrás apenas do câncer de pele e o de mama, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Na Bahia, de janeiro a maio deste ano, uma média de 27 pessoas morreu por mês em decorrência do câncer colorretal, segundo o DataSUS. Nesse recorte, pessoas negras (pretos e pardos) representaram 91% das mortes em decorrência do câncer no estado. Pessoas com idades entre 60 e 69 anos foram a maioria dos mortos (30%). Os dados também apontam que as mortes causadas pela doença cresceram 20% nos cinco primeiros meses do ano entre 2021 e 2025, subindo de 114 para 137 óbitos. As mulheres tiveram a maior ocorrência de mortes nesse período: comparando os últimos cinco anos, 52,5% delas morreram por conta da doença, contra 47,5% dos óbitos entre os homens.

Alguns sintomas iniciais, que podem ser confundidos com complicações mais simples, podem ser pistas para um diagnóstico precoce. Sangue nas fezes, perda de peso repentina, alteração de ritmo intestinal, diarreia, prisão de ventre e anemia ferropriva são sinais de alarme, segundo a médica coloproctologista Glícia Abreu. Preta Gil, inclusive, chegou a falar publicamente que se arrependeu de ter confundido os sintomas com “cansaço” e “stress”. “A gente vai banalizando tanta coisa. Muitas vezes é a doença se manifestando e a gente perde a oportunidade de começar um tratamento precoce”, disse a filha de Gilberto Gil em publicação nas redes sociais em fevereiro deste ano.

As principais maneiras de diagnosticar a doença precocemente são por exame de fezes e a colonoscopia, exame no qual uma pequena câmera permite visualizar o interior do cólon e a parte final do intestino delgado. É indicado que qualquer pessoa acima de 45 anos faça esses exames, mesmo que não tenha sintomas, ou histórico familiar desse tipo de câncer. “O objetivo da colonoscopia é detectar os pólipos, que são lesões benignas, mas que têm potencial de se transformar em câncer e durante o próprio exame, nós retiramos essas lesões, livrando o paciente da chance desses pólipos se transformarem em câncer colorretal”, detalha Mayara Maraux. coloproctologista do Hospital da Bahia.

Veja famosos que tiveram câncer colorretal

Chadwick Boseman, o Pantera Negra

Conhecido mundialmente como o Pantera Negra, Chadwick Boseman foi diagnosticado em 2016, no auge da carreira, mas escondeu a doença em vez de tratar.

Foto: Reprodução
Pelé
Pelé foi diagnosticado com câncer de cólon em 2021. A doença evoluiu em dezembro de 2022, quando o Rei do Futebol faleceu.
Foto: Ricardo Stuckert/CBF

Roberto Dinamite

Ídolo do Vasco e da Seleção, Roberto Dinamite descobriu o câncer em 2021, mas faleceu em 2023, por complicações da doença.
Foto: Divulgação/CBF

Simony

A cantora Simony descobriu o câncer em 2022, ela segue em tratamento.
Foto: Reprodução/Instagram
Luis Gustavo
Ator veterano da TV Globo, Luis Gustavo foi diagnosticado em 2018 e faleceu em 2021.
Foto: Raquel Cunha/TV Globo
Emílio Surita
Emílio Surita, apresentador do programa “Pânico” revelou o diagnóstico em 2023.
Foto: Reprodução

Especialistas também apontam que os diagnósticos para esse tipo de tumor têm crescido entre pessoas com menos de 50 anos, como foi o caso de Preta, que descobriu o adenocarcinoma – tipo mais comum de câncer colorretal – em janeiro de 2023, aos 48 anos. O aumento pode estar relacionado ao estilo de vida dos jovens e adultos. “É comprovado que obesidade, sedentarismo, consumo de alimentos ultraprocessados, principalmente as carnes embutidas e defumadas, além do consumo de álcool e tabagismo, são os principais fatores de risco para o aumento do câncer colorretal na população jovem”, explica a médica.

Números de casos na Bahia

Essa tendência se refletiu em números de óbitos na Bahia nas faixas etárias de 15 a 49 anos. Em 2021, foram 15 mortes, enquanto 2024 somou 42 óbitos no primeiro semestre, refletindo em um aumento acumulado de 180%. Até maio de 2025, 24 pessoas nessa faixa de idade morreram em decorrência da doença. O aumento do número de casos entre os mais jovens pode estar ligado a um maior conhecimento da doença, assim como a mais diagnósticos precoces, momento em que as chances de recuperação são maiores.

Para evitar esse tipo de câncer, além dos exames preventivos, aderir a um estilo de vida mais saudável, com a prática de exercícios físicos e alimentação saudável podem ser uma alternativa, assim como adotar hábitos que protejam a mucosa do intestino. Então é bom evitar o consumo de carnes processadas, embutidas e defumadas, o consumo de álcool e o tabagismo, além disso, o consumo de fibra, segundo a médica, é apontado como o principal fator protetor para o desenvolvimento de câncer colorretal.

Fonte: Correio

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