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Projeto do Arquivo Público da Bahia usa IA para reconstruir rostos de pessoas escravizadas e libertas

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O Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB), equipamento da Fundação Pedro Calmon (FPC/SecultBA), segunda instituição arquivística mais importante do país — superada apenas pelo Arquivo Nacional —, anuncia o lançamento do Projeto Fragmentos de Memória, integrado ao programa Resgate Ancestral.

Sob a condução do Diretor do APEB, Jorge X e a gerência de Adalton Silva, responsável pela Coordenação de Preservação, a iniciativa propõe humanizar os registros de pessoas escravizadas na Bahia Colonial e Imperiais, transformando descrições burocráticas em retratos póstumos carregados de dignidade.

A metodologia combina três etapas principais:

Primeiro, procedemos a digitalização dos passaportes de pessoas escravizadas e libertadas, seguida de transcrição paleográfica para dar lastro às descrições que serão levantadas e interpretadas; em seguida, um levantamento iconográfico está sendo realizado, abrangendo desde os dados interpretados, pesquisas acadêmicas e trabalhos visuais como o do Jean Baptiste Debret (1816–1831) e as fotografias de Marc Ferrez (1882–1885), (além de gravuras, álbuns de viajantes e acervos privados), tudo isso visando catalogar trajes, cenários, adereços e marcadores visíveis. Por fim, a criação de comandos que integram dados documentais e visuais, alimentando modelos generativos que serão utilizados para a elaboração final dos retratos.

A fim de garantir a qualidade de cada etapa, firmamos parcerias estratégicas com o estúdio criativo Filmeiro, onde Victor Marinho e Mariana Bastos traduzem, a partir dos dados levantados pela equipe do APEB e descrições textuais, todo esse material em retratos digitais por meio de IA, e com o ateliê Memória & Arte, coordenado pela Dra. Vanilda Salignac de Sousa Mazzoni, que lidera a transcrição paleográfica dos documentos históricos.

O projeto encontra-se atualmente na fase de coleta e organização de recursos e dados para serem interpretados: fotografias, gravuras e litografias estão sendo restauradas e utilizadas como referência visual inicial para compor o “combustível” que alimentará a IA. As imagens geradas até o momento são estudos preliminares, produzidos a partir de testes de prompts e da restauração digital de fotos antigas; o resultado final só será divulgado após validação histórica conjunta com consultores e a equipe do APEB.

Entre julho e setembro de 2025, ampliaremos o banco de referência visual e realizaremos as primeiras rodadas de geração em maior escala.

Em outubro, ocorrerão sessões de curadoria colaborativa e ajustes finos nos prompts. O lançamento oficial do resultado de “Fragmentos de Memória” está prevista para novembro de 2025.

“Este projeto transforma documentos frios em rostos cheios de histórias. É um ato de justiça simbólica”, afirma o diretor do APEB, Jorge X.

 

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