
Em maio de 2025, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) foi informado, através da empresa Blue Sky, sobre a detecção do circovírus entre ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) mantidas no Criadouro Científico para Fins Conservacionistas do programa de reintrodução das espécies, no município de Curaçá (Norte da Bahia). Desde então, o Inema vem atuando de forma conjunta com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para contenção do circovírus.
Este vírus exótico é o agente causador da Doença do Bico e das Penas dos Psitacídeos, que inclui as araras, papagaios e periquitos. Trata-se de uma doença grave para estas aves e atualmente não há tratamento, sendo uma preocupação do ponto de vista da conservação, demandando procedimentos rigorosos e urgentes para seu controle.
Entre estes procedimentos estão: reforço nas medidas de biossegurança; triagem dos animais do criadouro, com isolamento, em áreas internas, dos animais com resultado positivo para circovírus; descontaminação dos recintos do criadouro e dos comedouros e ninhos utilizados pela população de vida livre; e recolhimento das ararinhas-azuis de natureza, para que sejam submetidas a bateria de testes, evitando a disseminação do vírus para as populações de psitacídeos e outras espécies de vida livre.
A ararinha-azul é uma espécie endêmica da caatinga e está ameaçada de extinção. Sua conservação depende da população existente hoje sob cuidados humanos. Apesar da gravidade da doença para essa espécie, é importante informar que o circovírus não afeta galinhas, patos e outras aves de produção, e não representa nenhum risco à saúde humana. O Inema segue acompanhando de perto essa situação de risco, com suas áreas técnicas mobilizadas para o enfrentamento do circovírus.
Fonte: Blog de Carlos Britto / Foto: Divulgação