O clima era quente na Arena Fonte Nova. Mais de 43 mil torcedores foram ao estádio com a missão de empurrar o Esquadrão rumo a sua primeira semifinal de Copa do Brasil. O calor das arquibancadas contagiou a equipe, mas não no bom sentido. Nervosos, os jogadores abusavam dos erros e da paciência de quem estava na arena. Se a situação não parecia ter solução, coube a um velho herói abrir o caminho para os baianos: Luciano Juba. Foi do lateral o gol que deu o triunfo para o Bahia sobre o Fluminense, por 1×0.
Com o resultado, a equipe defende a vantagem na volta, que ocorre no próximo dia 10, no Maracanã. O tricolor só precisa do empate para conquistar uma classificação histórica no torneio nacional. Em caso de vitória simples do Fluminense, a decisão vai para os pênaltis. O time volta a campo no próximo domingo (31), quando visita o Mirassol, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O jogo
As equipes começaram a partida trocando passes e buscando meios de levar perigo à meta adversária. Nos primeiros 15 minutos, o que se via era um duelo truncado, que corria sem chances para ambos os lados.
Se faltava empolgação no campo, sobrava nas arquibancadas. A torcida tricolor se fez presente desde o primeiro minuto de jogo, seja apoiando a equipe ou pressionando os adversários e o árbitro Raphael Claus. Ainda no primeiro minuto, houve reclamação de pênalti dos donos da casa, mas a partida seguiu.
A primeira grande oportunidade surgiu aos 16 quando, em cobrança de falta, Luciano Juba encontrou Jean Lucas na grande área. O camisa seis subiu mais alto que os adversários e testou firme, mas a bola bateu na trave. Cinco minutos depois, David Duarte completou o escanteio cobrado por Éverton Ribeiro, mas a bola foi defendida sem sustos por Fábio.
Pouco tempo depois, veio a resposta carioca. Após tabela com Everaldo e Kevin Serna, Canobbio saiu sozinho de frente para Ronaldo. O uruguaio tentou vencer o arqueiro tricolor, que fez uma defesaça. A bola seguia com o Fluminense, que alternava os lados das cobranças de escanteio. Em um deles, a bola encontrou Martinelli pelo alto, que achou Kevin Serna livre na área. O colombiano completou para as redes, mas o gol foi anulado pelo VAR.
A anulação inflamou ainda mais a torcida. Sobrou vaias para o juiz e para os visitantes. Um deles recebeu um tratamento especial: o atacante Everaldo, que passou pelo clube estava no clube até o início do ano. Irritados, os jogadores tricolores reclamaram de falta em diversos momentos. A partida seguiu truncada no meio de campo, sem nada de notável para ambos os lados até o final do primeiro tempo.
A equipes voltaram inalteradas do intervalo. A segunda etapa começou quente, com Everaldo perdendo grande oportunidade ainda no primeiro minuto. Após um susto na área baiana, a torcida passou a pedir a plenos pulmões pela entrada do atacante Erick Pulga. O técnico Rogério Ceni ouviu os apelos e lançou o ponta, junto com o uruguaio Lucho Rodriguez, nos lugares de Kayky, que saiu vaiado, e William José.
O Bahia tentava se aproximar da meta carioca, mas não tinha sucesso na construção das jogadas. A ineficiência do time irritava os torcedores, que demonstravam sua insatisfação das arquibancadas. O primeiro chute da equipe foi aos 14, quando Lucho arriscou de fora, mas a bola passou longe do gol. Seis minutos depois, Serna tentou da entrada da área para defesa sem sustos de Ronaldo.
Com 23, Erick Pulga escapou pela esquerda e arriscou de longe, mas a bola desviou e repousou nos braços de Fábio. Rogério Ceni tentou oxigenar o time colocando Rodrigo Nestor e Tiago nos lugares de Éverton Ribeiro e Cauly, que também não foi poupado pela torcida.
O segundo tempo seguia da mesma maneira que a etapa inicial. Erros constantes das equipes impossibilitavam qualquer chegada mais aguda à área adversária. Aos 38, Nonato arriscou de voleio e obrigou ótima intervenção de Ronaldo.
Se o empate parecia inevitável, coube a uma dupla mudar o curso da noite: Jean Lucas e Luciano Juba. Convocado por Carlo Ancelotti para a Seleção Brasileira na última quarta (28), o volante encontrou o lateral na área carioca. Juba cortou Guga e chutou, com desvio que enganou o goleiro Fábio e explodiu a Arena Fonte Nova. Bahia 1×0.
A partir daí, o que era impaciência se transformou em festa. Os torcedores ainda levaram um susto quando, aos 42, Raphael Claus marcou pênalti para o Fluminense, anulado pelo VAR. A anulação inflamou ainda mais bancadas que seguiram em festa aguardando o apito final. Ainda deu tempo para Pulga levar perigo aos cariocas, aos 49. No final, ficou a festa tricolor, que deu o primeiro passo rumo à semifinal da Copa do Brasil.
Ficha técnica
Bahia x Fluminense – Quartas de final da Copa do Brasil (ida)
Bahia: Ronaldo; Arias, David Duarte, Ramos Mingo e Luciano Juba; Acevedo (Rezende), Jean Lucas e Everton Ribeiro (Rodrigo Nestor); Cauly (Tiago), Kayky (Erick Pulga) e Willian José (Lucho Rodriguez). Técnico: Rogério Ceni.
Fluminense: Fábio; Samuel Xavier (Guga), Thiago Silva, Freytes e Renê; Hércules, Martinelli (Bernal) e Nonato (Acosta); Canobbio, Serna (Soteldo) e Everaldo (Cano). Técnico: Renato Gaúcho.
Local: Arena Fonte Nova, em Salvador
Gol: Luciano Juba (Bahia), aos 40′ do segundo tempo
Cartões amarelos: Lucho Rodriguez (Bah
Público: 43.276 pagantes
Renda: R$ 1.452.293,00
Arbitragem: Raphael Claus (São Paulo), auxiliado por Guilherme Dias Camilo (Minas Gerais) e Alex Ang Ribeiro (São Paulo)
VAR: Wagner Reway (Santa Catarina)
Fonte: Correio
