
Um caso de injúria racial ocorrido no Colégio Estadual do Campo Maria Quitéria, no distrito de Maria Quitéria, em Feira de Santana, gerou indignação na comunidade escolar nesta semana. Uma adolescente de 14 anos acusa uma professora de sociologia de tê-la agredido verbalmente durante uma atividade na última segunda-feira (17).
A denúncia foi feita pela mãe da estudante, que relatou que a filha ouviu xingamentos como “desgraçada” e “miserável preta”. Segundo o relato, a agressão teria ocorrido enquanto a jovem ajudava a professora na organização de materiais para o desfile da Consciência Negra, promovido pela unidade de ensino. A aluna afirma também que teve a cabeça chacoalhada após colar uma fotografia errada no material solicitado.
Em entrevista à TV Subaé, a estudante contou que ficou “triste e nervosa” após o episódio. A mãe, Gilma Mercês, relatou que procurou a escola no dia seguinte para cobrar explicações. Durante a conversa, a professora teria afirmado que as ofensas foram ditas em “tom de brincadeira”. Gilma assinou um termo de compromisso com a direção para acompanhar o caso, mas afirma que até sexta-feira (21) não recebeu retorno da escola. Segundo ela, a filha está emocionalmente abalada e teme voltar às aulas na segunda-feira (24).
“É uma coisa que a gente não pode deixar passar. Fui à escola para resolver o problema e não tive apoio de ninguém. Uma professora dessa não pode estar em sala de aula”, desabafou.
Investigação policial
A mãe registrou boletim de ocorrência no Complexo de Delegacias do bairro Sobradinho ainda na segunda-feira (17). De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela 2ª Delegacia Territorial, que marcou a oitiva da adolescente para 3 de dezembro. O advogado da família, Daniel Ferreira Vitor, considera grave a justificativa da professora. “Não podemos aceitar essa explicação de que foi brincadeira. Isso pode, inclusive, agravar a pena”, afirmou.
Secretaria de Educação acompanha o caso
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC) informou que está apurando a denúncia e enviará uma equipe multidisciplinar à unidade para prestar apoio à comunidade escolar. Em nota, reforçou o compromisso com uma educação antirracista e inclusiva, destacando que denúncias de discriminação serão investigadas com rigor.
Fonte: Site Toda Bahia



