
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tornou público, por meio de uma carta, seu apoio ao filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. O documento foi lido pelo próprio Flávio nesta quinta-feira (25), poucas horas antes da cirurgia à qual o ex-presidente se submeteu para correção de uma hérnia inguinal, no hospital DF Star, em Brasília.
Segundo Flávio Bolsonaro, a carta foi escrita pelo pai no dia 23 de dezembro, quando ainda estava sob custódia nas dependências da Polícia Federal. O texto não faz referência ao procedimento médico e se concentra em uma mensagem de caráter político e pessoal sobre a sucessão dentro do campo bolsonarista.
LEGADO
Bolsonaro afirma que a decisão de indicar Flávio como seu sucessor político é “consciente e amparada” e diz entregar “o que há de mais valioso para um pai, o seu filho”. O ex-presidente justifica a escolha como forma de preservar a representação “daquilo que confiaram em mim”, em referência aos eleitores que o apoiaram nas últimas disputas eleitorais.
O ex-presidente também menciona as dificuldades enfrentadas nos últimos anos, afirmando ter travado “duras batalhas” e estar “pagando um preço alto com a saúde e com a família” por defender o que considera ser o melhor para o país.
A leitura da carta ocorreu em um contexto de restrições de comunicação. Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, está proibido o uso de celulares no quarto hospitalar onde Bolsonaro se encontra internado, o que impede manifestações diretas por meio de redes sociais ou gravações em vídeo.
Com a divulgação do texto, o ex-presidente sinaliza, de forma explícita, sua preferência pela sucessão política dentro do grupo bolsonarista, antecipando o debate eleitoral de 2026. O projeto de Bolsonaro, ao oficializar a pré-candidatura do filho, representa uma estratégia a curto, médio e longo prazo.
CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO
Se perder em 2026, Flávio sairá das urnas com bom recall para concorrer, novamente, em 2030, à Presidência da República. A oficialização do nome de Flávio empurra o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), a concorrer à reeleição.
Tarcísio é um dos nomes mais fortes da direita entre os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, mas sem o apoio do ex-presidente Bolsonaro, que o colocou na vida pública, o projeto de disputar à Presidência da República fica adiado.
Fontes: Ceará Agora / Correio Braziliense



