A manifestação surgiu guando chegou à comunidade a informação de que as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) estariam trazendo para Caetité um carregamento de cerca de 100 toneladas de lixo nuclear de São Paulo para a área onde a estatal já desenvolve atividades de extração urânio.
No início da noite deste domingo, quando o carregamento chegou, os manifestantes já estavam reunidos em frente ao Cemitério Municipal impedindo a passagem de nove carretas com contêineres carregados de material radioativo. O comboio foi escoltado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). A operação estava sendo coordenada pelo técnico da INB, Edenil Melo de Britto.
A PRF, percebendo que não tinha condições de passar, comunicou ao coordenador da operação, Edenil Melo, que conseguiu autorização para levar o comboio para o 17º Batalhão da Polícia Militar, na vizinha cidade de Guanambi, até uma nova ordem de destino do material.
Os manifestantes só deixaram o local depois da meia noite, quando o coordenador da operação, Edenil Melo, foi ao local informar sobre o material e prometer que o carregamento só sairá de Guanambi depois de um diálogo com a comunidade e decisão do presidente da INB, Alfredo Tranjan Filho.
Sem conhecimento do prefeito
Muitas pessoas usaram o carro de som para fazer esclarecimentos sobre o assunto, inclusive o prefeito municipal de Caetité, Zé Barreira, que disse que não foi comunicado pela empresa e que não aceita no município material radioativo vindo de outro local sem conhecimento da finalidade do produto e da segurança necessária para a comunidade.
O coordenador Edenil disse que toda operação foi autorizada pelos órgãos competentes do país e que a comunicação não pode ser prévia, já que a lei determina que o plano tem que ser confidencial. O processo só deve ser do conhecimento do coordenador da operação, Polícia Rodoviária Federal, IBAMA e Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Segundo Edenil, o material vindo para Caetité foi produzido em Poços de Caldas (MG) e parte comprada no exterior e que está em embalagens diferentes de 50, 60 e 70 litros. Para ser exportado, deverá ser em embalagens padronizadas de 200 litros. No Brasil somente em Caetité há instalação adequada para esta operação.
Colaboração De um leitor não identificado