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Educação & Cultura

Baiano de Irará, cantor Tom Zé revê toda a própria discografia em novo DVD

Tom Zé tinha um medo terrível do palco. “Para a minha timidez, até psicanalista precisava.” Relembra os minutos que antecederam sua primeira apresentação na TV, em 1960, quando aguardava na fila de cantores. “Me distraía com as lâmpadas e dizia, ‘tenho que pensar como se eu fosse o dono da televisão’.”

Mas quando o medo é vencido, como diz, você se torna “um verdadeiro herói do palco”. E ele se tornou.

O novo trabalho, na verdade, não é novo: retoma 24 canções que marcaram sua carreira desde 1968. Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs, foi quem encabeçou o projeto, lançado agora pela Biscoito Fino, e cuidou da compilação das faixas.

Fez questão de que entrasse pelo menos uma canção de cada álbum criado por Tom Zé nos 42 anos de história fonográfica completados em 2010.

“Charles de repente me ligou e me seduziu para fazer essa marcação da minha carreira. É impressionante como ele tem capacidade com essa coisa de chegar nos repertórios”, diz Tom Zé, 73.

Gavin enxugou a trajetória do baiano até sobrarem 50 músicas. Depois disso, precisou da ajuda do autor. Juntos, chegaram ao repertório do projeto, registrado em agosto passado, no teatro Fecap, em São Paulo.

“Coloquei brasa para canções em que o trabalho de palco era vigoroso, porque eu não tenho o páthos do cantor. Não trabalho para essa coisa contemplativa. Sou do cognitivo.”

“Pirulito…” traz composições do emblemático “Estudando o Samba” (1975) –como “Tô”, “Ui! (Você Inventa)” e “Hein?”. Foi a partir deste álbum que David Byrne conheceu o trabalho de Tom Zé, nos anos 1990, e lançou o artista no mercado internacional, dando fim ao semiostracismo em que vivia desde o final da década de 1970.

Em 2010, o inquieto Tom Zé teve um problema nas costas, fez acupuntura, RPG e tomou cortisona. “Pensei que tivesse que me aposentar, puxa, minha vida ia virar um tédio.”

Mas melhorou. E, como diz, está tão perfeitamente curado como se fosse uma criança. Ufa, o “supertímido” poderá subir novamente ao palco para mostrar sua performance.

“Não faço shows muito longos” (o último durou mais de duas horas). “Foi uma diversidade de acontecimentos tão grande que a plateia aguentou. E se a plateia quer, eu fico. Não tenho mesmo o que fazer, ia para casa dormir…”

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