
A decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre os negócios com o Brasil representa uma séria ameaça para os produtores do Vale do São Francisco, uma das principais regiões exportadora da fruta no país. Segundo Jailson Lira, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais do Vale do São Francisco, a medida pode inviabilizar o crescente volume de exportações para o mercado norte-americano, que atualmente absorve 30% da produção de frutas da região.
A preocupação é ainda maior porque o período de pico das exportações de uva para os EUA se inicia em setembro, com embarques diretos a partir de outubro. “Se essa tarifa de 50% não for reduzida até setembro, podemos perder um mercado crucial”, alerta Lira. Ele estima que a região pode deixar de exportar 22 milhões e meio de toneladas de uva, um golpe significativo para a economia local.
O mercado americano já representa metade do volume exportado para a Europa. Enquanto cerca de 3 mil contêineres de uva são enviados para o continente europeu, mil e quinhentos se destinam aos Estados Unidos. A competitividade brasileira é ainda mais desafiadora com a entrada de outros players no mercado, como o Peru, que, de acordo com Lira, “está produzindo e vai entrar melhor, não temos como competir” com o custo-benefício de sua produção diante da nova tarifa.
A indefinição sobre a manutenção ou revisão das tarifas imposta pelo governo Trump, continua a gerar apreensão entre os produtores brasileiros, que buscam alternativas para minimizar os impactos e manter a expansão do mercado de uva do Vale do São Francisco. No caso da manga esse volume pode ser duas vezes maior. Estão em risco, as empresas, a economia e os empregos.
Fonte: Blog do Carlos Brito