Ação da Polícia Civil aconteceu nesta quarta-feira (30), em Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho, Itambé, Itapetinga e Vitória da Conquista.
Três pessoas foram presas e uma foi baleada nesta quarta-feira (30), durante a “Operação Apate”, que investiga um esquema de fraudes veiculares que movimentou mais de R$ 1 milhão. As ações aconteceram em Salvador, região metropolitana e no sudoeste da Bahia.
Segundo a Polícia Civil, durante as ações, foram apreendidos veículos, duas pistolas, carregadores, munições, documentos, placas de carros, computadores, celulares e outros objetos em residências e empresas envolvidas no esquema.
Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram cumpridas em:
- nos bairros do Uruguai, Águas Claras, Retiro e Alto do Cabrito, em Salvador;
- nos municípios de Lauro de Freitas e Simões Filho, na região metropolitana da capital baiana;
- em Itambé, Itapetinga e Vitória da Conquista, cidades do sudoeste baiano.
“Em Itapetinga foi preso um servidor por porte ilegal de arma e duas pessoas foram presas na cidade de Itambé, com veículos alterados”, afirmou o delegado Odilson Pereira, titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Vitória da Conquista.
Dois homens foram presos em Itambé:
Samuel Paixão de Andrade e Elenilton Gonçalves Reis foram custodiados por receptação e adulteração.
Um homem foi preso em Itapetinga:
Maurício Silva Souto, servidor do Detran de Itapetinga, estava com arma de fogo e é suspeito de participação nas fraudes.
O g1 tenta contato com as defesas dos suspeitos, mas não conseguiu até a última atualização desta reportagem.
O suspeito baleado não é alvo da operação. Ele estava no bairro de Narandiba, em Salvador, onde equipes do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) cumpriam mandado de busca e apreensão.
De acordo com a polícia, ao ver os policiais, o homem trocou tiros com os agentes e foi atingido. Ele está internado em uma unidade de saúde da capital baiana. O estado de saúde não foi revelado. A pistola calibre 9 mm que foi encontrada com ele foi apreendida.
Investigação começou em Conquista
As investigações apontaram que o grupo é formado por despachantes, responsáveis por empresas emplacadoras de veículos e servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-BA);
A investigação começou há pouco mais de um ano e é feita pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFR/Vitória da Conquista);
A polícia informou que o grupo tem como atuação principal a transferência fraudulenta de veículos para terceiros, sem o consentimento dos proprietários, com o objetivo de obtenção de financiamentos bancários.
A polícia informou que as investigações terão continuidade e, a partir dos elementos coletados nas buscas judiciais, novas fases da operação serão feitas, com o objetivo de encontrar e prender todos os envolvidos.
A atuação do grupo criminoso era dividida em dois eixos. Veja abaixo:
Eixo 1:
- Faziam a transferência de documentos adulterados;
- Faziam financiamentos por conta de laranjas;
- Documentos novos eram impressos por funcionário do Detran.
Eixo 2:
- Quadrilha roubava veículos;
- Grupo usava pino de punção para adulterações;
- Suspeitos adulteravam chassis;
- Documentos para os veículos roubados eram impressos por funcionário do Detran.
O que diz o Detran
Em nota, o Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA) informou que tem colaborado com as autoridades policiais na investigação da “Operação Apate”.
O órgão também reiterou compromisso com a transparência, a legalidade e a ética no serviço público, e reforçou que todos os servidores eventualmente envolvidos nos fatos serão afastados preventivamente e responderão aos processos administrativos disciplinares, garantindo o contraditório e à ampla defesa.
O departamento afirmou ainda que permanece à disposição das autoridades para fornecer todas as informações necessárias.
Por G1 Bahia
