Diferentemente de muitos parentes de jogadores de futebol, Luceli Alves de Souza, de 65 anos, vive de forma simples na pacata Alcobaça, cidade ao sul da Bahia. Mais que isso, é ela quem sustenta a mãe, dois irmãos e um tio do atleta – além de três rottweilers (Duque, Neli e Bob), um pitbull (Alanis) e um cachorro vira-lata (Trancinha).
Professora de Ciências Sociais e analista administrativa, Luceli admite que o dinheiro da aposentadoria mal dá para pagar as contas. Por isso, Sandra Cássia Souza de Oliveira Santos, mãe do goleiro Bruno, recebe R$ 102 de Bolsa Escola do governo federal. Ela está desempregada e tem dois filhos matriculados em uma escola pública de Alcobaça. Dessa forma, Pedro, de 11 anos, e Luis Alberto, de 13, acabam ajudando no sustento da família.
Apesar de ser dócil com os filhos, Dona Luceli diz que Bruno só socorreu financeiramente a mãe dele uma vez. Mágoa à parte, Sandra o deixou, aos dois anos, com a avó paterna para viver com o falecido pai do goleiro no Piauí.
“Ele pagou uma cirurgia de coração no valor de R$ 2 mil para a Sandra. Não deu nada mais que isso de dinheiro. O Bruno prometeu que ia comprar um apartamento para mim em Belo Horizonte, mas depois a coisa esfriou. Não é muito de nos ajudar. Ligava às vezes, falava comigo e com os irmãos dele, só que nos encontramos poucas vezes pessoalmente”, afirmou.
Dona Luceli lamenta o fato de a mãe de Bruno ter que se tratar em hospitais públicos. “A Sandra tem problemas psíquicos. De três a quatro vezes por ano, ela vai para Belo Horizonte fazer tratamento. E é aquela dificuldade para ser atendida pelo SUS”, disse.
Por outro lado, a avó materna está abalada com a prisão do goleiro. Não raro chora pelos cantos da casa. Mas garante que o jogador conseguirá se reerguer na vida. Ela busca forças no maior ídolo do futebol argentino para acreditar na redenção no neto.
“O Maradona conseguiu dar a volta por cima e hoje é técnico da seleção da Argentina”, lembrou.
Informações do Globoesporte.com