Esporte

Da caatinga para as provas de rua

Foi no início da década de 90 que o jovem Fredison Carneiro Costa, nascido em Riachão do Jacuípe, interior da Bahia, desembarcou em Piedade para trabalhar no sistema de irrigação de uma propriedade rural. Foi, também, quando teve seu primeiro contato com o atletismo – pela TV ao assistir a tradicional corrida de São Silvestre. Pela Telinha, Fredison se apaixonou pelo esporte e começou a alimentar o sonho de se tornar um grande atleta.

Hoje, com 32 anos, o estudante de educação física começa a concretizar esse projeto desenhado há quase 20 anos. No inicio do mês, competindo com mais 800 corredores, ele venceu a primeira e única prova que havia disputado até então – a Maratona de Bertioga. O corredor da região de Sorocaba concluiu os 42.195 metros da corrida em primeiro lugar, com o tempo de 2h2854. A marca ainda não ameaça às conquistas de corredores como Marilson da Nóbrega, que faz o percurso em torno de 2h10, mas se depender do otimismo de Fredison, até o final do ano que vem, esse tempo será batido.

Eu estou correndo cerca de 250 quilômetros por semana para ser um dos melhores maratonistas do país. E sei que vou conseguir, garantiu o atleta, que no próximo dia 11 disputará a Maratona Internacional de Buenos Aires, na Argentina. Lá (em Buenos Aires) eu pretendo baixar esse tempo para 2h20. Em janeiro, quando eu for competir na Flórida, já quero baixar esse tempo para o patamar de 2h12 ou 2h15, comentou o corredor.

E Fredison parece não estar brincando. Recentemente ele conquistou a primeira colocação da prova de seis quilômetros comemorativa aos 10 anos da Associação Santi Pegoretti de Atletismo e a terceira posição nos 10 quilômetros de Tatuí.

Para quem foi criado na caatinga, pegando mula e burrico na unha, correr na rua é coisa muito fácil, disparou o humilde e bem humorado atleta, que acaba de conseguir parte do apoio para participar das competições internacionais.

O corredor também salienta que está apenas começando no esporte, mas que sua idade é perfeita para atingir as melhores marcas na maratona. Tenho 32 anos. Até os 36 eu estarei entre os melhores da modalidade, afirmou o confiante corredor.

Jornal Cruzeiro do Sul

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