Durante a noite da sexta-feira (20), quando foi realizada a abertura de uma assembléia arquidiocesana, padre Valmir lamentou a pequena movimentação na cidade em torno do Dia da Consciência Negra. De acordo com o padre, “é uma vergonha que Conquista pouco lembre que a Bahia tem um pé na África. Teve cidade do Rio Grande do Sul, estado em que a maior parte da população é branca, ocorreu mais homenagens do que nesta cidade”, asseverou.
Há pouco mais de uma semana a Câmara Municipal de Vitória da Conquista conferiu homenagens a três personalidades que se destacaram na luta pela igualdade racial. O encontro contou com a presença de representantes de entidades que lutam pela preservação da cultura afrobrasileira e contra qualquer tipo de discriminação racial como a Yalorixá; Rita Maria dos Santos, representante do Conselho de Desenvolvimento da comunidade negra, Graziele Novato, doutora em História e professora da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), além do Deputado Federal Luís Alberto (um dos homenageados) e do nigeriano Olúségun Akínrúlí, professor de cultura e língua yorubá.
Na última sessão do Legislativo conquistense, em 19 de novembro, aconteceu uma homenagem a uma associação evangélica. O fato gerou descontentamento entre os representantes do movimento negro, que consideram que a homenagem aos negros foi realizada pela Câmara anteriormente para esvaziar o Dia da Consciência Negra em Vitória da Conquista.
Comunidades certificadas
De acordo com a prefeitura, Vitória da Conquista tem 68% da população negra e parda e possui o maior número de comunidades quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares na Bahia, sendo 24 das 44 existentes. Velame Inhobim, Lagoa de Melquiádes, Baixa Seca, Cachoeira do Rio Pardo e Inhobim são algumas das áreas certificadas. Existe também as que estão em processo de certificação, como Cachoeira das Araras e São Joaquim do Sertão.
Por Ramon Santos Gusmão – Correspondente na Região Sudoeste
