Laura Ferreira– Marcus qual é a sensação de ganhar um festival concorrendo com tantos artistas de qualidade como no “Vozes da Terra?
Marcus Sena – Eu sentir que meu pedido de ‘‘desculpas” foi aceito (risos) as pessoas se identificaram e isso até certo ponto é bom.
Laura – Por que até certo ponto?
Sena– Por que refiro a mim mesmo e nem tudo que fazemos deve ser referência para alguém.
Laura – O que, por exemplo?
Sena- Deixar a escola para tocar violão, (risos)!
Laura – E quando você começou mesmo a paixão pela música?
Sena – Eu comecei aos 12 anos a tocar violão, mas desde cedo onde eu morava, eu já fazia aos 7 anos violão de madeira e corda de linha de anzol, assim já despontava meu gosto pela canção.
Laura – Sobre a música “desculpa mãe” é um dialogo real com a sua mãe mesmo ou apenas um conflito de outros que você observou?
Sena – É pessoal, eu vomitei a letra e a canção juntas, criei ambas em um tempo de cinco a dez minutos. Minha mãe ficou realmente surpresa com as desculpas, (risos) assim como ficou com outras letras minhas também.
Laura – Você acredita que essa sua música pode cair no gosto do público e ser facilmente vendida no nosso atual mercado fonográfico?
Sena – Pelo menos eu não a fiz pensando nisso, não tenho uma previsão, mas se isso acontecer vai ser ótimo (risos).
Laura – Marcus quais são os seus futuros projetos com a música?
Sena – Penso e vou gravar um CD, contendo 15 canções e com temas diferentes, mas acima de tudo, darei prioridade às músicas inéditas.
Laura – Marcus quais foram as suas principais influências musicais?
Sena- O primeiro cara que eu me identifiquei foi Raul Seixas, ouço também muito John Lennon, Bob Dylan, tem também o trabalho de Wilson Aragão que eu tô ouvindo muito atualmente.
Laura – Na música “Pé de Barriguda”, você fala de alguns aspectos de sua cidade que é Riachão do Jacuípe, o que você tem a dizer sobre essa sua experiência?
Sena – Eu sou muito realista nas minhas canções, e a música que você se refere é o que acontece em Riachão do Jacuípe em relação à cultura, ao contrário do que interpretaram alguns, não há nada de homofóbico na canção.
Laura – E alguém sugeriu que havia?
Sena – Sim, algumas pessoas mal informadas da cidade acharam que eu havia chamado todos de homossexuais, pois, apesar da lenda do “Pé de Barriguda”, e do refrão fazer analogia à lenda, eu não me refiro a isso. Tipo assim, você põe um violão debaixo do braço com uma vontade retada de tocar em um lugar que a preferência da galera é pagode, então eu tenho mais é que me sentir um peixe fora d’água e cair fora, (risos). As pessoas que curtem outras músicas lá, geralmente ficam em casa, ou diziam para mim saia de Riachão, e foi o que eu fiz.
Laura – Você tem ido lá?
Sena- Claro, minha mãe mora lá e lá tem outras pessoas legais.
Laura – No momento onde você está residindo, e quais são as vantagens e dificuldades de estar fora de casa?
Sena– No inicio desse ano, toquei e aprendi muito em Juazeiro-Ba, depois estive uns dias em Salvador e agora estou aqui em Feira de Santana. O bom disso tudo é que no meu caso eu faço música porque gosto, então passar por dificuldades fazendo o que gosta talvez seja apenas uma conseqüência, (risos).
Laura – Você falou da dificuldade que teve, inicialmente, em fazer música em sua cidade. Em relação ao cenário baiano, onde parece ter mais espaço pro pagode e axé, como você analisa isso?
Sena – Lembro a você que Pitty é baiana e começou na Bahia, então acho possível sim fazer coisas diferentes dessa cultura predominante que temos na Bahia.
Laura – Pitty é roqueira, e você como classificaria sua música e seu estilo?
Sena – O Rock é um estilo que te dá oportunidades pra dizer um monte de coisas, algumas pessoas me chamam de roqueiro, talvez pelas minhas performances, mas às vezes eu me acho parecido com Waldick Soriano.
Laura – E por que Waldick, qual seria a semelhança?
Sena – Por que como ele, também falo de tragédias amorosas em algumas de minhas canções.
Laura – Marcus, depois de algumas entrevistas na mídia, em rádios e jornais, mostrando sua música, você já deve está com uma boa repercussão, como está a sua agenda?
Sena – Até o fim de ano tenho alguns compromissos, mas estou me dedicando mesmo, no momento à gravação do CD.
Laura – Como estamos chegando a mais um fim do ano, Marcus qual o seu maior desejo para o ano de 2010?
Sena – O nascimento da minha filha Scarlat, (risos)
Laura – Tudo bem, você gostaria de finalizar acrescentando alguma coisa?
Sena – Façamos o bem e evitemos o mal!