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História

Carnaval do Pelô se destaca pela animação, acesso e conforto

O navegador português e primeiro governador do Brasil, Tomé de Souza, e o mestre de obras, Luís Dias, ao fundarem, em 1549, a Cidade do Salvador em um sítio escolhido por eles, a 70 metros do nível do mar, mal sabiam que também estariam beneficiando os cerca de 2,7 milhões de foliões – estimados pela Saltur para Salvador nos cinco dias de folia – que podem frequentar, também, o Carnaval do Pelô 461 anos depois. Segundo urbanistas, o Pelourinho já se consolidou como o local de melhor acesso e conforto para foliões que curtem o carnaval na capital baiana, entre os três circuitos carnavalescos – Dodô, Osmar e Batatinha.

“O Centro Histórico de Salvador (CHS) está circundado por três dos mais importantes terminais de transbordo da cidade – Barroquinha, Aquidabã e Terminal da França – e importantes vias de tráfego de veículos, que são as avenidas da França, Contorno, Jequitaia, Joana Angélica, Heitor Dias e Bonocô, além da Baixa dos Sapateiros, que juntas facilitam o acesso imediato para os vetores leste, sul e norte da cidade”, explica o diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFBA, Frederico Mendonça.

De acordo com o especialista, a existência de 32 ruas que dão acesso direto ao Pelourinho, as mil vagas de estacionamentos privados – no Pelourinho e Comércio -, as três mil vagas em zonas azuis da prefeitura nas ruas próximas e as 96 linhas de ônibus que trafegam na malha viária dos bairros do entorno do Centro Antigo, garantem muito mais conforto, segurança e melhor acesso aos foliões nos cinco dias do carnaval. O elevador Lacerda, os planos inclinados Gonçalves e do Pilar, além das ladeiras da Conceição, do Carmo, Montanha e Taboão são apontados como outros facilitadores do fluxo de pessoas e veículos.

“De fato, outras áreas da cidade onde acontece o carnaval não apresentam essas vantagens estratégicas”, destaca Mendonça. O carnaval no bairro da Barra é uma das áreas que mais apresenta dificuldades de acesso. “A formação geográfica da Barra é em forma de ‘cunha’ o que faz com que o bairro se torne um imenso ‘beco sem saída’ já que o fluxo e o refluxo de pessoas e veículos acontecem pelas mesmas ruas, gerando eventuais panes no tráfego dessa região”, complementa o diretor do IPAC.

“Além da facilidade e conforto para estacionar veículos e do acesso imediato ao transporte público, no Pelourinho, os visitantes são atraídos pelo cenário, que traz a maior herança arquitetônica colonial-barroca européia nas Américas”, lembra o urbanista. Tombado como Patrimônio do Brasil, pelo Iphan, desde 1984, o CHS é ainda e pela sua importância mundial, chancelado pela UNESCO, desde 1985, como ‘Patrimônio da Humanidade’.

Para a diretora do Pelourinho Cultural, Ivanna Soutto, programa do Governo da Bahia que, por meio da Secretaria de Cultura (Secult-Ba) e IPAC, promove 90 atrações fixas para o Carnaval do Pelô, a estimativa é que o número de frequentadores em 2010 aumente em cerca de 20%, em relação ao mesmo período do ano passado. “Só teremos resultados finais após o carnaval, mas a Polícia Militar e órgãos municipais e estaduais já apontam esse crescimento”, ressalta Soutto. O Carnaval do Pelô é uma iniciativa do Governo da Bahia/Secult-Ba/IPAC, com investimento de R$ 1,5 milhão para apresentações de bandas, shows, performances teatrais e de dança nos largos, praças e ruas da área mais antiga da Cidade do Salvador. O valor cobre, igualmente, a decoração – o bairro foi o único na cidade de Salvador a receber ornamentação -, que homenageia os 60 anos do trio elétrico.

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