Educação & Cultura

Feira dos Caxixis abre Semana Santa no Recôncavo

A feira, considerada a mais antiga do País no circuito da cerâmica, funcionará na Praça José Alexandre Bittencourt, mais conhecida como Praça dos Arcos, até 4 de abril, e trará aos visitantes da cidade do Recôncavo baiano 220 barracas padronizadas e a exposição das tradicionais cerâmicas confeccionadas pelos oleiros de Maragogipinho. Os artesãos são os grandes homenageados da feira este ano, cujo tema é Mãos de barro.  

A ideia, segundo o secretário de Cultura e Turismo de Nazaré, Reno Moares, é mostrar o artista, neste caso, o oleiro. “Em três anos, homenageamos as peças feitas por eles, como o jarro, o boi-bilha e as luminárias.  

Peças tradicionais, como o boi-bilha, a baiana, os bonecos Maria e João, além do artesanato que representa a cultura popular, serão destaques na festa. A Praça  dos Arcos, onde são montadas as barracas dos oleiros, será enfeitada com 70 potes e 40 bonecos. “Na verdade, são 440 oleiros, porque o oleiro traz seu ajudante. A feira serve de vitrine para ele expor peças e até fazer bons negócios”, ressaltou o secretário de Cultura. A expectativa de público é de cerca de 100 mil pessoas nos cinco dias da feira.  

Além disso, uma das atrações mais esperadas será no dia 2 de abril, Sexta-feira Santa. A encenação ao ar livre da Paixão de Cristo, na Praça da Bíblia, às 18h. O Grupo Hybris de Teatro inovou nos figurinos e adereços do espetáculo, que será uma mistura de dança e teatro. A expectativa da coordenação da feira é atrair um público de cinco mil pessoas para assistir à encenação. São 50 atores e 150 figurantes. Jesus será interpretado pelo ator e diretor Reno Moraes, e Márcia Dórea será Maria, mãe de Jesus.  

Pólo de cerâmica  

A principal atividade econômica de Maragogipinho é o trabalho com o barro. Por isso, o local é considerado o maior centro de produção de cerâmica artesanal da Bahia, e há quem afirme ser um dos maiores pólos da cerâmica da América Latina. São mais de 150 olarias.  

Grande parte da produção  é exposta durante a Feira dos Caxixis. Predominam na produção dos oleiros as peças utilitárias e decorativas, como pote, moringa, prato, travessa, porco-cofrinho, peixe e luminárias. A população é estimada 2.200 pessoas, sendo que 95% dos moradores trabalham nas olarias, edificadas em chão de terra batida e coberta com palhas.  

Toda produção é  artesanal. Os oleiros ainda “pisam” o barro e movimentam o torno para dar forma às peças. O ofício é passado de pai para filho. Antônio Santana Costa, 59 anos, conhecido como “Padre”, aprendeu com os pais a arte de moldar com as mãos o barro. “A atividade é dura e castiga muito”, diz. “Dá para sobreviver, mas é um trabalho bruto, como o barro”.  

Com informações do A Tarde

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