A Usiminas, por exemplo, quer repassar o aumento do aço e a indústria automobilística, que compra da empresa 51% de todo o aço usado na produção de veículos, deve aumentar os preços que podem entrar em vigor em maio.
Nenhuma das partes fala em porcentuais, mas cálculos do diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octávio de Barros, projetam que o custo dos automóveis vai ficar quase 8% mais caro, incluindo outros repasses que vão ocorrer no setor a partir desse segundo trimestre.
Além do reajuste do minério de ferro, as usinas também já foram comunicadas pelos fornecedores de que o preço do carvão, outro insumo das siderúrgicas, vai subir 70% em 1º de julho. Com a indústria de autopeças, as siderúrgicas negociam aumentos médios de 12%. Pequenas empresas que compram o produto de distribuidoras já estão arcando com o reajuste desde o início do mês, informou o presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori.
De acordo com Barros, o aumento do minério de ferro representará, dentro desse grupo na classificação do IGPM, um impacto de 70% no índice, depois de ter registrado queda de 35% no ano passado. Para as siderúrgicas, calcula ele, o repasse ficará entre 22% e 23%. “Já para os automóveis, a rubrica no cálculo do IGPM será de 7,8%”, afirmou o economista. Recorrer às importação de aço não será alternativa, pois o preço do minério de ferro na Ásia em 2009 estava em US$ 60 a tonelada. Agora está em US$ 100 a US$ 120.