Moradores de Pindobaçu, região de Senhor do Bonfim, a 398 km de Salvador, viveram momentos de surpresa, susto e medo com a descoberta de um cadáver em um avançado estado de decomposição, enterrado em um quintal de um sítio, no povoado de Coroa Branca.
A vítima ainda teve seu corpo arrastado e enterrado numa cova improvisada. Vizinhos da vítima, desconfiados do forte odor, acionaram a polícia e o corpo foi encontrado. O acusado está foragido.
De acordo com informações de policiais de plantão da delegacia da cidade, em depoimento, vizinhos contaram que João Severino fazia consumo de bebidas alcoólicas quase todos os dias e quando voltava para a casa batia na mulher e nas filhas e também não as deixava sair de casa. As meninas presenciavam as agressões e as ameaças de morte que o pai fazia à mãe delas, mas tinham medo de denunciar.
“Certa vez ele empurrou a mulher porque achou que a comida ficou salgada. Outra vez, ele chegou bêbado e deu um murro nela porque soube que tinha saído de casa. Até que na semana passada a vizinha ouviu gritos, choro e discussão na casa de Maria Anunciação, mas por se tratar de uma briga de casal e também por medo da reação do agricultor, preferiu silenciar”, disse um policial que preferiu não se identificar.
A mesma vizinha que ouviu os gritos ligou para a polícia, relatou o sumiço da vítima, e disse também que um forte odor vinha do sítio de João Severino. Ao notar a presença dos policiais, o acusado fugiu pela janela e não foi alcançado. O corpo da dona de casa foi encontrado em decomposição na manhã de ontem.
As duas filhas do casal estavam em casa e afirmaram para a polícia que presenciaram o assassinato da mãe e eram proibidas de sair de casa sob ameaça de que o mesmo crime poderia acontecer com elas. A polícia informou que as crianças estão na casa de uma tia, na cidade vizinha.
João Batista Ferreira para Tribuna da Bahia