Política & Economia

Entrevista: João Paulo Costa – Assessor de comunicação de Paulo Souto

João Paulo, de 43 anos, nasceu em São Paulo, mas reside em Salvador desde 1982, onde já exerceu as funções de chefe de Comunicação do Estado e diretor geral do Irdeb. Veja a entrevista:

Bahia Notícias – Quais são os principais desafios na campanha de Paulo Souto?

João Paulo Costa – O principal desafio é mostrar à população a importância de um político cumprir o que promete. Mostrar que a Bahia tem tudo para viver dias melhores, mas para isso um candidato tem que ter responsabilidade com o que fala e com os compromissos que assume. Campanha política não pode ser um vale tudo.

BN – O fato de Paulo Souto ter sido governador duas vezes trará mais vantagem para a campanha associá-lo a experiência ou desvantagem, uma vez que os adversários podem trabalhar com o argumento de que ele está ligado a métodos superados?

JP – A nosso ver, a experiência política de Paulo Souto é algo extremamente positivo. Ele tem uma marca de seriedade, respeito e competência acumulada em toda a vida pública, além de ter obras e realizações para mostrar. É muito difícil chegar em qualquer canto da Bahia e não encontrar uma obra de Paulo Souto e isso a campanha vai mostrar de forma clara, para que a população possa comparar em cima de fatos e não apenas de discurso. Não acredito que a lembrança dele traga algo negativo, ainda mais porque nas três principais chapas há forte presença de políticos que foram ligados a ACM.

BN – Como a coordenação pretende trabalhar para evitar a afirmação de que o candidato já governou e não seria capaz de promover inovações?

JP – Um governante que criou o SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão), que criou o primeiro programa de inclusão digital da Bahia, que trouxe a nota fiscal eletrônica é um candidato comprometido com a inovação e com o futuro. Esse é o Paulo Souto que vamos mostrar na campanha.

BN – O “carlismo” pode render problemas? O marketing acredita que o nome de Antonio Carlos Magalhães ainda poderá ser fundamental na eleição?

JP – É inegável o legado de Antonio Carlos Magalhães para a Bahia e para o Brasil. Foi uma figura que fez da luta pela Bahia a sua grande bandeira. Como qualquer homem de personalidade forte gerou admiradores e desafetos. Mas não acredito que a lembrança dele traga algo negativo, ainda mais porque nas três principais chapas há forte presença de políticos que foram ligados a ACM.

BN Qual entre os adversários mais preocupa? O governador Jaques Wagner, que lidera as primeiras pesquisas de intenção de votos, ou Geddel Vieira Lima, que ainda pode crescer?

JP – Todo governador que busca a reeleição é um nome forte em uma disputa. Mas as pesquisas mostram que muita coisa pode acontecer. Há um grande número de indecisos, sobretudo na consulta espontânea, e agora, a partir do horário eleitoral, teremos certamente um desgaste da imagem de quem está no poder. Não acredito que o voto do eleitor esteja à venda. (…) E a Justiça Eleitoral está aí para punir os possíveis desvios também no quesito de abuso do poder econômico.

BN – Os demais candidatos trazem algum tipo de preocupação ou são azarões que farão mera figuração no pleito?

JP – Todos os candidatos devem ser respeitados. Não existe azarão na política. Ainda mais em um momento como esse, em que as candidaturas começam a ser apresentadas ao eleitor que ainda não parece muito interessado nas eleições.

BN – O montante de recursos estimado nas campanhas poderá fazer diferença? Neste quesito, Paulo Souto estaria em terceiro lugar…

JP – Não acredito que o voto do eleitor esteja à venda. Temos todas as condições de fazer uma boa campanha em toda a Bahia. E a Justiça Eleitoral está aí para punir os possíveis desvios também no quesito de abuso do poder econômico.

BN – Como integrar as visões de PSDB e DEM na Bahia, já que os partidos são aliados nacionalmente, mas a união nunca ocorreu no estado?

JP – PSDB e DEM estão unidos há muito tempo no Brasil. Na Bahia havia uma situação especial que já foi resolvida para essa eleição. E o entrosamento entre nossa equipe e a de José Serra mostra que temos muitos pontos em comum.

BN – A questão das divergências na chapa proporcional, em que não foi possível um acordo entre as siglas, é vista como um problema?

JP – Essa é uma questão que foi superada.

BN – A aliança diminuta, de apenas dois partidos, tem como consequência o número inferior de candidatos em chapas proporcionais. Estes são considerados, pelas coordenações políticas, essenciais para a divulgação da candidatura majoritária pelos municípios, pois vinculam o voto, distribuem mais santinhos, ajudam a mobilizar suas militâncias. Como contornar essa situação?

JP – Mais importante que o número de candidatos é o comprometimento de cada um com cada campanha. Temos nomes de peso para deputado federal e estadual e o tempo de televisão acabou não sendo muito discrepante entre os principais candidatos.

BN – A campanha nacional pode ser decisiva no cenário estadual, em uma circunstância de acirramento?

JP – Nas eleições de 2006 houve uma influência direta da eleição nacional, sobretudo nos últimos dias de campanha. Claro que existe uma relação, mas o eleitor da Bahia tem características muito próprias e só o andamento da campanha vai mostrar o quanto o quadro nacional vai influenciar aqui. E não sabemos o que o palanque duplo da candidata a presidente do PT (Dilma Rousseff) vai significar na eleição estadual. Vamos mostrar Paulo Souto mais próximo das pessoas, mostrando seu conhecimento da Bahia, sua trajetória e suas ideias.

BN – De acordo com a pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado (24), o ex-governador Paulo Souto (DEM), que possui 23% das intenções de voto, lidera o ranking de rejeição, com 30%. A que se deve uma rejeição tão alta, maior até que as intenções de voto? Como reverter essa situação, já que a população baiana já o conhece?

JP – Esse índice é menor nas pesquisas de outros institutos e certamente será reduzida com a campanha na televisão, quando mostraremos melhor a figura de Paulo Souto, suas realizações e seus projetos para o futuro da Bahia.

BN – No debate, foi possível observar que tanto Geddel quanto Souto tentaram polarizar com o governador, com fortes críticas à gestão estadual. Será essa a proposta da campanha, quem consegue polarizar para tentar crescer?

JP – Criticar a atuação de um governo que vem apresentando resultados muito ruins em setores vitais como segurança, saúde e educação é algo perfeitamente normal em um debate. Mas nossa campanha será pautada pelas propostas para melhorar a vida dos baianos.

BN – Já se discute a possibilidade de não provocar tanto o PMDB nos debates, em virtude da possibilidade de uma aliança com o partido no segundo turno, como ocorreu na eleição para prefeito de Salvador em 2008? A parceria poderá ser reeditada no pleito estadual?

JP – Ainda é muito cedo para se falar em segundo turno. Mas também é natural que os candidatos da oposição critiquem o governo. Mas cada candidato tem sua estratégia e seus objetivos. E o segundo turno é outra eleição.

BN – Qual a importância da internet na campanha de Souto?

JP – Paulo Souto foi o primeiro entre os candidatos a alimentar seu Twitter e estamos muito ativos nas redes sociais. Estamos usando a nossa página na internet como um importante canal de mídia, com muita produção específica para o site. Inclusive no debate da Band, Paulo Souto foi o único candidato que preparou um material especial de apoio com dados, imagens e informações complementares ao discurso. E o número de acessos foi muito interessante.

BN – A campanha pretende arrecadar pela internet?

JP – Estamos analisando a possibilidade. Mas inicialmente não.

BN – O programa do horário eleitoral gratuito será o diferencial? O que ele trará de novo?

JP – Vamos mostrar Paulo Souto mais próximo das pessoas, mostrando seu conhecimento da Bahia, sua trajetória e suas ideias. Um Paulo Souto renovado, que aprendeu muito na sua vida no poder e fora do poder e que tem muito a oferecer aos baianos.

Entrevista ao Bahia Noticias: Por Evilásio Júnior e Rafael Rodrigues

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