Dois anos depois, o mundo desenvolvido ainda não se recuperou do baque e não fosse o crescimento econômico dos países emergentes o planeta estaria passando pela maior recessão de sua história.
Hoje, a grande incógnita é se a crise pode voltar caracterizando um movimento em W, ou seja, queda brutal e recuperação, seguida de nova queda e nova recuperação. Segundo alguns autores, este seria o momento na segunda queda.
No entanto, apesar da preocupante situação mundial, dificilmente uma nova recessão virá neste momento e, se vier, jamais terá aquela proporção. É verdade que a recuperação econômica dos países desenvolvidos, especialmente dos EUA, está lenta demais, que a indústria mundial apresenta excesso de oferta e demanda pouco aquecida e que o desemprego continua subindo. Mas, apesar disso, a situação está melhorando.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que os EUA vão crescer 3,3% em 2010, após a recessão de 2,4% em 2009, e que a economia européia vai crescer 1% este ano, um bom desempenho se comparado a queda de 4,1% no ano passado. O Japão, por seu turno, crescerá 2,4%, depois de encolher 5,2% em 2009 e os emergentes vão salvar a pátria com o Brasil crescendo 7,1%, a China 10,5% e a Índia 9,4% em 2010.
Mas ainda paira no ar uma incógnita: os EUA vão entrar em crise outra vez? A dúvida procede, afinal são 14 milhões de desempregados andando pelas ruas da América e a população parece mais interessada em recompor suas finanças e pagar suas dívidas do que em consumir produtos, que abarrotam as lojas do país.
Ironicamente, a boa noticia é que a crise bancária foi superada, resta agora superar a crise na economia real. Ou seja, o americano tem de voltar a consumir, tem que girar a roda do consumo que movimenta mais de 1/3 da economia mundial. Por isso, 2011 será um ano chave para economia mundial.
Se os EUA voltarem a crescer, a economia mundial embica se, no entanto, o processo recessivo voltar, a crise vai levar o mundo de roldão, e não vai ter emergente que garanta o crescimento mundial. Mas, por enquanto, essa possibilidade é remota e já no Natal de 2010 será possível ver se economia americana vai retomar seu crescimento. Tomara que Wall Street e Deus estejam juntos nessa empreitada.
Por Armando Avena – Bahia Econômica