Segundo informações de uma das pessoas que viajavam, seis bandidos seguiram o ônibus em dois carros e atiraram nos vidros para forçar a sua parada. Com os tiros, o motorista parou o ônibus no acostamento e logo começou o martírio para todos. Os bandidos, fortemente armados, entraram no veiculo e anunciaram o assalto, causando muito pânico.
“Paramos à meia-noite em Itaberaba para fazer um lanche. Viajamos mais 22 km e logo percebemos que o ônibus era atacado por homens armados, em dois carros que vinham atrás. Quando paramos, eles entraram no nosso ônibus e disseram para ninguém se mexer. Um ficou com o motorista, obrigando a seguir um dos carros deles, enquanto o outro agia com as pessoas”, disse uma das passageiras, que não quis se identificar.
“Eles levaram o ônibus para uma estrada vicinal, indo para Boa Vista do Tupim. Passamos cerca de três horas em oração, enquanto eles roubavam. Depois que pegaram tudo, mandaram todo mundo descer do ônibus, de dois em dois, para fazer revista e ver se tinha mais alguma coisa”, continuou a passageira e narrar detalhes do saque.
Segundo ela, os bandidos roubaram mais de R$ 10 mil em dinheiro, celulares, relógios, tênis, máquinas fotográficas, filmadoras, perfumes e peças jeans. “Enquanto roubavam, eles ainda disseram para nós: ‘pode rezar vô’, porque todos estavam rezando e tinha umas mulheres mais idosas, de cabelos brancos”.
Os bandidos abriram o bagageiro do ônibus e pegaram todas as malas e pertences. “Eles escolheram umas oito malas e levaram com tudo dentro. Tiraram apenas algumas coisas que não interessavam a eles”, disse a testemunha, que segue narrando detalhes do assalto.
Ela informou ainda que os bandidos perguntaram para onde ia a excussão. “Quando respondemos, eles disseram: cuidado que em Bom Jesus da Lapa só tem ladrão”.
Nervosismo e reféns
A ação dos bandidos durou cerca de três horas. Embora eles dissessem que não fariam nada com ninguém, houve muito pânico e alguns passageiros ficaram nervosos. A professora Celeste Guimarães ficou tensa, mas não chegou a desmaiar, como foi informado antes. Contudo, ela precisou beber oito copos d’água, em momentos diferentes, mesmo os bandidos tranquilizando a todos. “Só queremos o dinheiro, não vamos fazer nada com vocês”, diziam.
Já Gustavo Tamarindo, por ter problemas cárdicos, pediu para descer do ônibus, mas os bandidos não permitiram. Ele, então, circulou dentro do veículo, caminhando até a parte da frente.
O curioso é que, momentos antes do assalto ao ônibus de Riachão, os mesmos bandidos já haviam feito outro assalto no mesmo trecho da pista, mas não conseguiram êxito. Segundo as informações, eles roubaram um ônibus, mas só havia os dois motoristas, que eles fizeram de reféns.
Quando assaltaram o ônibus de Riachão, os dois motoristas feitos reféns foram colocados juntos com os passageiros da empresa Expresso Federal. “Os motoristas estavam sem camisa e completamente assustados”, disse a testemunha.
Chave no mato
Assim que concluíram o assalto, os seis bandidos deixaram o local, mas antes pegaram a chave do ônibus e jogaram no mato. Segundo as informações, todo o grupo foi procurar a chave.
“Passamos uma hora no mato, procurando a chave. Era um lugar escuro, você não enxergava nada e ninguém. Nem celular ficou para a gente tentar clarear. Só depois de muito tempo, o João (de Bino) achou”, disse a passageira para o Interior da Bahia.
“Quando achamos a chave, com todos reunidos, agradecemos a Deus por nossas vidas e decidimos prosseguir a viagem. Como eles não roubaram as mulheres mais idosas, elas emprestaram dinheiro e nós pudemos pagar lanches e almoços. Depois, alguns conseguiram sacar dinheiro e uns ajudaram aos outros”, acrescentou.
Queixa na Polícia Federal
O grupo seguiu viagem para Bom Jesus da Lapa e, por volta das 5h30 do sábado (13), parou num posto da Policia Rodoviária Federal, próximo ao município de Seabra, para dar queixa do ocorrido.
Em Bom Jesus da Lapa, o fato foi transmitido para o bispo, que falou na missa e rezou por todos os integrantes da excussão.
De acordo com as informações, a excursão foi organizada pelo casal Manoel e Naiara. Além dos dois, viajavam também Maria Celeste Guimarães, Gustavo Tamarindo, João de Bino e a esposa, Raimundinho (ex-funcionário do Banco do Brasil), Toinho de Abdias e a esposa Carmem, José de Orlando, professores Cristovam e Aidil Guimarães, Neli, Maciel, Sônia, entre outros. O ônibus da excursão retornou a Riachão do Jacuipe nesta segunda-feira (15) à noite.
Da redação / Foto – Reprodução