Educação & Cultura

Elba Ramalho comemora 30 anos de carreira com CD e DVD

É uma oportuna e bela homenagem de Elba Ramalho aos que lhe são caros desde o início, em especial Geraldo Azevedo (com quem divide Canta coração e Chorando e cantando) e Zé Ramalho (Chão de giz e Admirável gado novo), visivelmente emocionados no reencontro com a cantora, que não ocorria, no caso de Zé, há exatos seis anos.

Gravado no simbólico Marco Zero, do Recife, em meio a uma plateia estimada em 200 mil pessoas, o show, lançado nos formatos CD e DVD, promove um desfile de sucessos de Elba, com destaque para os ritmos nordestinos que fizeram dela uma espécie de rainha do forró nos últimos tempos, graças à presença do jovem sanfoneiro Cezinha, que, além de arranjos e direção musical, nas horas vagas é o namorado da cantora.

Destaque ainda para a presença de Alcione, com quem ela canta O meu amor, pérola de Chico Buarque para a trilha da Ópera do malandro, que Elba Ramalho gravou originalmente com Marieta Severo, em 1978.

As comemorações começaram, na verdade, no ano passado, com o lançamento do excelente Balaio de amor, em que a cantora mescla antigos e novos autores de pérolas nordestinas.

“Poderia comemorar 32 anos de carreira, porque eu estreei cantando O meu amor com a Marieta. Estou no Rio há 36 anos, então o marco zero poderia ser a minha chegada à cidade. Poderia ainda ser a data de quando eu subi no palco pela primeira vez, aos 14 anos. Quer dizer, são mais de 40 anos. É uma estrada longa”, avalia Elba Ramalho, que resolveu eleger os 30 como símbolo da consagrada trajetória.

Origem

Natural da Paraíba, Elba escolheu o Recife para a gravação do projeto comemorativo devido ao necessário apoio institucional, que acabou gerando, no DVD, o dispensável extra Visite Pernambuco.

“Tenho uma ligação estreita e afetiva com a cultura de Pernambuco. Meu pai é pernambucano, eu passei por lá antes de vir para o Rio, onde também cultivei muitos parceiros”, justifica Elba, presença constante no Recife, do carnaval ao são-joão, onde já teve, inclusive, plateia numericamente igual à da gravação do novo projeto.

“Além da presença indispensável do grande público, eu queria os meus companheiros, amigos e afetos da música”, acrescenta a intérprete que ainda recebeu amigos como o forrozeiro Flávio José, Lenine, Chico César, André Rio e o dançarino Carlinhos de Jesus. A ausência sentida de Alceu Valença é compensada pela presença de Morena Tropicana no repertório.

A então esganiçada Elba Ramalho estreou em disco, em 1979, com o promissor Ave de prata. De lá pra cá, enfrentou altos e baixos de carreira, inclusive o preconceito que recai sobre os nordestinos na música, como em qualquer outro setor. Guerreira, enfrentou tudo e venceu, tornando-se uma das grandes estrelas da MPB.

A visível paixão pelo jovem sanfoneiro Cezinha é tratada com a devida naturalidade pela cantora. “A questão do afeto, do namoro e da paixão nos tornou mais próximos. O Cezinha trouxe muita coisa boa para mim, porque ele é muito jovem, muito talentoso e lida com um instrumento que eu admiro e está sempre presente no meu trabalho”.

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“Só havia feito música na vida com Geraldo Azevedo, com mais ninguém”, revela orgulhosa. “Com o Cezinha tenho feito uma música atrás da outra. A gente foi criando estes elos todos, ele é muito arrojado. Então, depois de ganharmos o Grammy Latino com o Balaio do amor, que é um disco muito amoroso, resolvemos fazer o Marco Zero juntos, também”, conclui Elba.

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