Apoiado pelo prefeito Lauro Falcão e pela maioria do Legislativo, o vereador José Antonio Ferreira Brito, conhecido por Juninho, é o novo Presidente da Casa da Cidadania Jacuipense.
A votação, que foi aberta ao público presente na Câmara, teve o resultado expressivo de 7 votos contra 2 da oposição, representada pelos vereadores Carlos Matos (DEM) e José Nivaldo (PT).
Segundo José Aquino Soares, freqüentador assíduo das sessões legislativas, a vitória do novo presidente é antidemocrática, visto que a maioria dos vereadores de Riachão trabalha a serviço do Poder Público Municipal.
“A Câmara de Riachão não tem um número suficiente de vereadores descompromissados com o grupo do Prefeito Municipal, e isso já impossibilita uma eleição democrática, ou seja, a favor do povo”, defendeu o senhor Aquino.
De acordo com o ex-vereador Emanuel Cézar, o resultado só demonstra a união dos vereadores de Riachão em torno da política desenvolvida pelo gestor atual, sendo essa união democrática e resultado da larga maioria que o bloco da situação detém na cidade”, argumentou o ex- vereador, dizendo acreditar na nova presidência legislativa.
Já para o ex-vereador José Avelange, a nova Presidência em nada muda, apenas mantém no poder a mesma conjuntura política em Riachão. “O que pode mudar é o temperamento pessoal da nova presidência nas relações internas da Câmara”, pontuou.
Histórico do novo presidente
José Antonio Ferreira Brito (Juninho), não é natural de Riachão do Jacuípe, mas chegou à cidade através do matrimônio com uma prima do prefeito Lauro Falcão.
Depois de algumas passagens pelo Poder Público, Juninho, então “desconhecido” dos jacuipenses, se tornou vereador em 2008 apoiado pelo então prefeito Lauro Falcão.
Dentre as suas participações no governo atual, especificamente na primeira gestão do prefeito Lauro Falcão, o vereador foi presidente do Hospital Municipal, mas saiu, segundo informações do Sindicato dos Servidores Públicos de Riachão, com denúncias de irregularidades em sua administração, por exemplo, o não pagamento de salários de funcionários e de fornecedores.
Chantagem com o Sindicato
O Sindicato dos Servidores, o SISPUM, entidade constitucionalmente legal, foi alvo em um dos pronunciamentos do vereador. Em Tribuna, Juninho colocou em questão a idoneidade do Sindicato, ameaçando recorrer ao Ministério Público para investigar as contas do mesmo.
Em nota de editorial de seu Informativo, edição 2009, o SISPUM se defendeu: “Fraqueza, covardia e conivência política são os menores adjetivos que nós da atual direção atribuímos ao vereador Juninho”, concluindo a matéria dizendo que estariam abertas as contas da entidade para qualquer investigação.
Por essas e outras, e também por seus discursos inflamados e contraditórios na Tribuna do Legislativo Jacuipense, o vereador “Juninho” é conhecido. Em uma recente sessão chamou o vereador Antonio Marcos, o “Marquinhos Maluco”, de desagregador do grupo político que os mesmos atuam hoje, contraditoriamente, homenageou o mesmo com um discurso caloroso e agradecido pelo voto do “companheiro e nobre” vereador.
Em outro discurso, realizado nos últimos meses do ano corrente, chamou o coordenador da ONG Mobilizadores Sociais, o Dr Josemar Carneiro, de “bandido”, comparando a sua atuação na ONG, a de Fiscalização da Contas Públicas do Município, à ação do ex-goleiro Bruno do Flamengo.
O vereador enfureceu-se com a denúncia intitulada “Nepotismo Cruzado”, trazida na última edição do Informe Cidadão, dos Mobilizadores Sociais, em que a mesma denunciava o cargo de sua esposa no quadro administrativo da atual gestão municipal. Outros nomes de familiares de vereadores foram citados, porém nenhum vereador teve a audácia de difamar os militantes sociais.
Para José Antonio, estudante e também assíduo freqüentador das sessões do legislativo, a vitória da nova presidência é uma “piada”, segundo ele, essa eleição consolidou a supressão da liberdade do Legislativo Municipal.
“Uma cidade que os vereadores elegem o presidente que o prefeito quer, e que imaginamos as trocas de benefícios entre eles, não podemos aplaudir e achar democrático, argumentou Antonio”.
Por Laura Ferreira