A afirmação foi feita pela própria empresa, obrigada a admitir que seu produto não tem embasamento algum para garantir os benefícios que divulgou.
“Nós admitimos que não existe nenhuma evidência científica que suporte nossas propagandas”, divulgou a filial australiana da Power Balance. A empresa precisou emitir tal comunicado na Austrália após acordo com os órgãos de defesa do consumidor do país.
Com isso, os consumidores que se sentiram lesados pelo produto têm até junho deste ano, na Austrália, para pedir o reembolso. O preço da pulseira varia pelo mundo, mas nos Estados Unidos, sede da companhia, cada unidade custa US$ 29,95 (R$ 49).
A Power Balance se diz capaz de oferecer mais flexibilidade, força e equilíbrio a seus usuários. Atletas de diferentes modalidades adotaram o produto. Alguns, inclusive, receberam cachê da empresa para que suas imagens com a pulseira fossem utilizadas comercialmente, como o pivô norte-americano Shaquille O’Neal.
No Brasil, Rubens Barrichello foi um dos primeiros esportistas de alto nível a aparecer com a pulseira. Logo ela virou mania também no futebol. Ronaldo, Dentinho, Neymar, Fernandão, Washington, Val Baiano e Fabio Santos, entre outros, recorreram ao produto, na maioria dos casos por estética e “embalo”.
A Power Balance já foi multada por propaganda enganosa na Espanha e na Itália. Já no Brasil, a empresa foi proibida de fazer propaganda se apoiando nos efeitos terapêuticos que tornaram a pulseira famosa.
Especialistas sempre alertaram sobre a falta de embasamento científico da pulseira e creditaram ao efeito placebo os resultados positivos alardeados por famosos e usuários comuns. O fato é que a Power Balance, mesmo sem nenhum argumento científico, cresceu no mundo todo e só em 2010 arrecadou US$ 35 milhões em vendas (cerca de R$ 57 milhões).
Fonte: AFP – Agence France-Presse