Segundo o Portal de Cansação, tudo começou com a detenção, em flagrante, do vereador Zé do Cirilo (PT), importante cabo eleitoral do prefeito Ranulfo, dois dias antes da eleição. De acordo com o inquérito policial, o vereador estava com um talão de nota de combustível do Posto Gomes, cujo proprietário é o prefeito.
Junto, tinha anotações com vários nomes de eleitores que receberiam benefícios, ordens de sacos de cimento constando nomes de eleitores e em nome da MAGOL (Loja de Material de Construção de propriedade do Prefeito), além de uma boa quantia em dinheiro.
Para complicar ainda mais a situação, três dias após as eleições, uma moradora da localidade de Caldeirão dos Vaqueiros procurou a justiça para entregar uma ordem de dois sacos de cimentos com o timbre da Madeireira do prefeito, que, segundo a denunciante, havia sido dada a ela pelo vereador Zé do Cirilo em troca do voto em Ranulfo.
Nos últimos dois anos, quatro prefeitos passaram pela prefeitura de Cansanção. Com a vitória de Gomes nas Eleições Suplementares, admitiu-se que a situação política do município finalmente iria se estabilizar.
Contudo, se as denúncias tiverem fundamento, é provável que mais uma batalha jurídica seja travada nos tribunais e, mais uma vez, o destino político do município de Cansanção siga indefinido.
Ranulfo diz que é choro de perdedor
Ouvido pela reportagem do Interior da Bahia para falar sobre o assunto, o prefeito Ranulfo Gomes disse que dorme tranquilo porque “tudo não passa de choro de perdedor”. Segundo ele, “vencemos a eleição com 1.397 votos de frente e não havia como isso acontecer”.
“Eu era oposição ao poder e nem tinha como fazer isso. Quem pode ter comprado votos foram eles, que estavam desesperados, com 16 anos no poder. Eles não se conformam em perder, por isso falam essas coisas”, acrescentou Ranulfo.
Em relação à vinculação da acusação com a prisão do vereador Zé do Cirilo, Ranulfo também rechaça. “Aquilo tudo foi armação”, frisou, acrescentando que a “armação” teve a participação de pessoas influentes no município, mas que preferia não dar pistas. “Até porque nós não temos provas”, concluiu.
Da redação