Apesar dos agrados que ela continuará fazendo a Lula, interlocutores do governo disseram (segunda-feira) que Dilma vai procurar cada vez mais imprimir uma marca pessoal a seu governo, e não vai pautar suas ações e decisões de olho no que pode melindrar ou não o antecessor.
Nesta terça-feira mesmo, o governo Dilma, via Itamaraty, soltou nota defendendo o cessar-fogo na Líbia, enquanto Lula era homenageado por muçulmanos no Clube Monte Líbano, em São Paulo.
Pessoas próximas a Lula e Dilma procuraram minimizar o desconforto provocado pela ausência de Lula no almoço para Obama, e o fato de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter sido posto em lugar de destaque na mesa do Itamaraty. Mas não negam que houve mal-estar.
Durante toda a semana que antecedeu a visita, Dilma trocou informações com Lula. E, além do convite do cerimonial do Itamaraty, ela teve chance de fazê-lo pessoalmente. “Dilma não passou recibo. Deu um tapa com luva de pelica ao elogiar o ex-presidente Lula duas vezes durante seus discursos”, disse uma fonte do governo.
O almoço oferecido em homenagem ao presidente americano, Barack Obama, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, reuniu a presidente Dilma Rousseff e outros ex-presidentes do Brasil, José Sarney (PMDB-AP), Itamar Franco (PPS-MG) e Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), que não compareceu ao almoço oferecido ao líder norte-americano, teve falta justificada pelo seu ex-ministro e atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), como uma forma de evitar “dupla representação”.
De acordo com Fernando Henrique Cardoso, o convite feito pela presidente Dilma foi uma “gentileza”, já que os dois têm assuntos além das divergências partidárias. Informações de O Globo.