Em um comunicado, o ministério paquistanês das Relações Exteriores reconhece que a morte do homem mais procurado do mundo – tido como mentor dos ataques do 11 de setembro de 2001 – representa um “grande revés infligido às organizações terroristas do mundo” e “ilustra a determinação da comunidade internacional, e do Paquistão, de combater e eliminar o terrorismo”.
Ao mesmo tempo, uma fonte do governo americano informou que as autoridades paquistanesas haviam sido advertidas antes do início da operação. Um comando transportado por helicópteros das forças especiais americanas matou Bin Laden em uma casa muito protegida em Abbottabad, cidade 50 km ao noroeste de Islamabad. A ação teria durado cerca de 40 minutos, começando 22h30 do horário local.
Em pronunciamento feito na TV na noite deste domingo (1º), o presidente norte-americano, Barack Obama, confirmou a morte do líder da rede Al Qaeda e disse que o corpo dele está com os Estados Unidos – a imprensa americana menciona um possível sepultamento no mar, mas a informação não foi confirmada.
O primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, qualificou de “grande triunfo” contra o “terrorismo” a operação militar dos Estados Unidos. “Somos contrários ao terrorismo, não deixaremos ninguém utilizar nosso território para atos terroristas contra qualquer outro país e, em consequência, considero que se trata de uma grande vitória”, disse o primeiro-ministro.
Presidente Obama anuncia na TV
O trabalho conjunto com o Paquistão foi mencionado no discurso de Obama. Segundo ele, a operação só foi bem sucedida devido à ajuda do governo paquistanês, que facilitou que as equipes americanas encontrassem o esconderijo do terrorista. “Esse é um dia histórico para as duas nações”, disse Obama.
“Nesta noite tenho condições de dizer aos americanos e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda e terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes.” “A justiça foi feita”, afirmou o presidente dos EUA.
Foi neste domingo, segundo o presidente, que deu a ordem para uma equipe de soldados dos EUA capturar Bin Laden. Obama afirmou que nenhum americano foi ferido. Funcionários do governo dos EUA detalharam que outros três homens e uma mulher teriam morrido no ataque.
“Finalmente, na última semana, eu determinei que nós tínhamos informações suficientes para agir (…) Depois de troca de tiros, eles mataram Osama Bin Laden e tomaram seu corpo sob custódia”, afirmou Obama.
“Nós não vamos tolerar ameaças a nossa segurança nacional ou aos nossos aliados. Não há dúvidas que a Al Qaeda continuará a atacar”, disse ainda durante o pronunciamento, ressaltando o que disse George W. Bush quando presidente: que a “Guerra ao Terror não é contra o Islã”. “A Al Qaeda é um destruidor em massa de muçulmanos”, afirmou.
Povo americano comemora nas ruas
Enquanto ele falava, centenas de pessoas estavam concentradas em frente à Casa Branca, em Washington, para comemorar com gritos de alegria e mensagens patrióticas a morte. Seguravam bandeiras, cantavam o hino nacional e bradavam “USA”. Na Times Square, em Nova York, outra multidão tomou as ruas. Informações da Folha de S. Paulo. (Titulo da matéria: Evandro Matos).