Uma multidão acompanhou o cortejo pelas ruas da cidade até o cemitério. Emoção, discursos e solidariedade provaram o grande prestígio e carinho que os jacuipenses tinham pelo Professor Almir.
Homem simples, o sepultamento do conceituado professor foi acompanhado por pessoas de vários níveis sociais. Lá estavam o juiz Dr. José Ferreira Filho, advogados, bancários, a amiga Tânia Matos, vários vereadores, além de ex-colegas professores e ex-alunos.
Desde cedo, as pessoas começaram a chegar para se despedir. “Foi muita gente, muita emoção e isso mostra o valor que ele tinha. Além do grande professor, era um homem de bem, de moral, amigo e bom papo. Quem já ouviu falar alguma coisa dele?”, disse uma colega professora, emocionada.
No cemitério, mais emoção. O professor e ex-diretor do Colégio João Campos, José Expedito Guimarães, fez um forte discurso. O genro Silvio Ferreira Soares Júnior também falou em nome da família.
Antes do sepultamento, o corpo passou pela Capelinha, onde houve celebração. Uma bandeira do Colégio João Campos foi colocada sobre o caixão. Neste colégio, que hoje completou 42 anos e teve todas as atividades suspensas, Professor Almir lecionou desde a sua criação.
Como foi
A morte de Professor Almir aconteceu de forma inesperada. Aposentado como professor do Estado há cerca de 4 anos, era um homem extremamente caseiro e sem extravagâncias. No final do mês de março ele começou a apresentar problemas de saúde e teve que ser levado para Salvador e fazer uma cirurgia da vesícula.
Já em Riachão, passados alguns dias de uma normal recuperação, ele voltou a sentir novos problemas. Uma úlcera estrangulada obrigou a sua volta para Salvador, novamente para o Hospital Português, e direto para uma UTI. Almir Oliveira passou por uma nova e delicada cirurgia. Com uma forte hemorragia, os médicos não conseguiram estancá-la. Ele precisou tomar 12 bolsas de sangue durante a cirurgia.
Na sexta, logo pela manhã, os médicos informaram que a situação era difícil. Com o quadro gravíssimo, por volta das 17h30 o hospital anunciou que o paciente veio a óbito.
História e legado
De memória invejável, além de ser um dos mais tradicionais professores de Matemática e Português de Riachão do Jacuipe, Professor Almir também tinha um vasto conhecimento da cultura geral. Em sua residência também ele deu banca para estudantes durante vários anos, inclusive com valores baixíssimos.
Pela sua aplicação e responsabilidade e apesar de lecionar duas disciplinas que estão entre as mais resistentes para os estudantes, ele conseguiu se destacar entre os seus pares. Sem dúvida, deixou uma marca na Educação do município, onde várias gerações passaram pelas suas mãos e ensinamentos.
Amante e conhecedor da cultura popular, Professor Almir foi fundador e integrante do Projeto Cultural Riachão, movimento cultural que surgiu em 1991 com o propósito de resgatar a cultura do município. Era torcedor do Bahia e defendia orgulhosamente a sua Vila Guimarães.
Ele deixa a mulher (Ivone), três filhos (Cássia, Elane e Adílio), além de dois netos, sobrinhos, irmãos, primos, tios e amigos.
O Portal Interior da Bahia se solidariza com a família e o seu diretor revela o orgulho por ter sido aluno do Professor Almir, tanto no Colégio Nossa Senhora da Conceição quanto no João Campos. Nenhuma dúvida de que os ensinamentos valeram!
Da redação
