Além do desrespeito à legislação de trânsito, a prática põe em risco a vida dos estudantes.
Miguel Henrique Santos Neto, 12, cursa a 5ª série no Centro Educacional Manoel Muniz de Oliveira e encara o desafio para estudar. “Moro na Fazenda Serra Verde e viajo todos os dias 16 km. A estrada é horrível. Quando saio de casa, rezo um Pai Nosso”, conta.
Segundo Miguel, a mãe até o orienta sobre que posição adotar na viagem. “Ela me diz para viajar nos bancos do meio e nunca nas pontas, onde o risco de uma queda é maior”, diz ele, que sonha se formar em medicina. De acordo com o Código Nacional de Trânsito, é proibido transportar pessoas em compartimentos de cargas.
Ricardo Silva, 17 anos, relata que precisa da carona em um trator para chegar até o local onde fica o ônibus escolar. “Sonho em ser jogador de futebol, porém, preciso estudar e garantir o meu futuro”, afirma o estudante que mora em uma fazenda e relata conhecer a precariedade das estradas locais.
Para Adailton Souza, um dos cinco motoristas que transportam alunos da zona rural para a sede – ele leva os estudantes, até as margens da BR-330, onde é feito o transbordo para um ônibus escolar – o risco de acidentes é evidente. Mas Souza aposta em sua experiência.
“Transporto há 12 anos alunos da zona rural em estradas precárias e perigosas, mas procuro andar devagar e atento” disse. Atualmente, ele faz a linha do distrito 180, em Ubatã, transportando 22 alunos.
“Viajo nessas estradas em que vários ônibus já atolaram e não há linhas. Há locais em que carros pequenos não entram nem no sonho”, relata o motorista. Informações do A Tarde.