O produto só deverá ser manipulado após avaliação de técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), com acompanhamento de representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), da INB e de membros de uma comissão institucional provisória de Caetité.
Como a data ainda não foi definida, e por se tratar de estratégia de segurança nacional, a vigilância sobre os nove contêineres foi redobrada, com auxílio de homens treinados e câmeras de vigilância.
Qualquer pessoa que venha a ter acesso à província uranífera deve apresentar autorização expressa da INB, documentação pessoal e revista em pertences e automóvel, além de ser passível de ser filmado ou fotografado.
A INB não se manifestou sobre o assunto, nem sobre o cumprimento das condicionantes acordadas em reunião com a comissão provisória para manipulação da carga radioativa.
Impasse
Todo impasse foi gerado há pouco mais de uma semana, quando cerca de 3 mil pessoas impediram a passagem da carga em Caetité, fazendo com que o comboio seguisse para Guanambi.
Para retornar ao município e seguir para a mina, os membros da comissão impuseram, dentre outros pontos, que a carga permaneça lacrada “até que sejam satisfeitos todos os requisitos de segurança dos trabalhadores da INB e do meio ambiente e depois de concluídos os trabalhos do IBAMA e da CNEN”.
O material foi transportado do Centro Experimental de Aramar, em Iperó, em São Paulo, até Caetité, onde será reembalado. Depois de avaliada pela CNEN e processada a carga, avaliada em R$20 milhões, deve deixar a Bahia no prazo estipulado de 20 dias e, em seguida, enviada à Europa para ser enriquecida.
A INB alegou que as 90 toneladas de urânio concentrado são essenciais para suprir a lacuna deixada pela queda de produção da mina de Caetité de 400 toneladas/ano para 180 toneladas/ano em 2010.
A INB descartou, desde a semana passada, qualquer nova remessa do mesmo produto a curto ou longo prazo para Caetité, por acreditar na retomada da produção normal. Informações de A Tarde.