E o primeiro passo é gastar menos do que se ganha, separando primeiro um valor para a poupança antes de começar sequer a pagar contas. O brasileiro, para ele, deve mudar a cultura de “o que sobrar, eu guardo” para “guardar e com o que sobrar, eu vivo”.
Em entrevista ao NE10, Sabóia destacou a importância de se planejar pensando no futuro. “o futuro não é só daqui a 30 anos, o futuro é daqui a uma hora”, refletiu ele. Por isso, a pessoa deve analisar se realmente precisa do que compra. O dinheiro que pode gerar um futuro tranquilo pode estar sendo desperdiçado e todos devem se atentar a essas armadilhas do comércio.
Uma dica de Sabóia é listar, no início do ano, o que será preciso comprar durante todos os doze meses: material escolar, roupas, materiais de limpeza doméstica, tudo. Então, deve discriminar a quantidade necessária. Por fim, é possível procurar promoções e adquirir os produtos em promoções. Em números, a economia pode passar dos 50%. “Dois pares de tênis para dois filhos. Quatro pares a R$ 400 reais. Se procurar, com paciência, acha o mesmo modelo da moda pela metade do preço. O que faz? Compra tudo de uma vez, lógico”, exemplificou ele.
E os R$ 200 economizados devem ser aplicados, de acordo com o consultor. E esse investimento pode garantir viagens, carros, imóveis no futuro. Colocando R$ 300 por mês em renda fixa, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB), em 35 anos a pessoa acumulará (com os juros) R$ 1,35 milhão. “Qual a desculpa que você vai dar para si quando ver que deixou de ser milionária por tão pouco?”, questionou ele.
E esse é apenas um dos produtos disponíveis no mercado financeiro, que tem uma ampla variedade para todos os perfis de investidores: os novatos, os já iniciados e os avançados. Além de conhecimento da área, a pessoa deve avaliar quando deseja resgatar o valor. Enquanto em uma poupança o dinheiro pode ser retirado de forma imediata, na maioria dos títulos públicos há um tempo mínimo de espera. Caso queira sacar antes, será paga uma multa e o prejuízo pode ser grande.
O ideal, segundo Sabóia, é manter uma carteira de investimentos diversificada, tornando-se inclusive uma proteção durante crises. Prospectando a curto, médio e longo prazo é possível viver apenas dos juros das aplicações, guardando mais e consequentemente investindo mais. Gera um ciclo novo, de enriquecimento, não endividamento.
Para os já endividados, o consultor recomenda que – “primeiro, e mais importante” – pare de fazer dívidas. Em seguida, prioriza o pagamento dos débitos, vender coisas que não usa – roupa, televisão, móveis – e corte “luxos” diários. “Tu quer ficar milionário ou comer pão de queijo?”, indagou Sabóia. De acordo com ele, é preciso visualizar o que a pessoa deseja para o futuro, a fim de criar uma meta. E não há meta que seja irreal desde que haja controle e paciência. “Onde você quer estar daqui a 30 anos?”, perguntou.
A educação financeira começa desde criança. Para Sabóia, as pessoas devem ensinar os filhos a economizar desde cedo, colocando moedas num cofrinho para comprar brinquedos, por exemplo. Esses ensinamentos podem tornar o ato de poupar prazeroso. O hábito será recompensado no futuro, tornando a criança um consumidor consciente. “A juventude desperdiça muito dinheiro”, pensa ele. E frisou: “não dá para um fazer economia e o resto não fazer”.