O Bando fez o percurso tradicional: rua Conselheiro Franco, praça Fróes da Motta, praça da Bandeira, rua marechal Deodoro, para desembocar no Beco do Mocó. “Aqui o couro come”, disse um popular, com muita propriedade, pois a energia do beco não tem igual. O cortejo entrou até no famoso Beco da Energia, retomando a Conselheiro Franco, com destino à praça da Matriz e encerrou no Cuca.
Entusiasta do Bando, o reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), José Carlos Barreto, disse que “é gratificante ver esse projeto crescer à cada ano, sem violência, acontecendo de forma irreverente, mas ordeira.
Ele fez questão de frisar que a ideia de retomar o Bando partiu da Universidade, por meio do Cuca, “mas essa manifestação é do povo, é ele quem faz a festa”, lembrou. Os grupos saem dos Olhos D’Agua, Chácara São Cosme, Baraúnas e outros bairros que tradicionalmente participam do cortejo.
“Uma fuleragem saudável”. É assim que o cantor e compositor feirense, Carlos Pitta, define o Bando Anunciador. “O importante é o resgate da nossa cultura, é trazer de volta o que estava adormecido”, disse ele, acrescentando que “o Bando é a maior festa de rua da cidade.
E é mesmo. No Bando tudo é fora de ordem. Ninguém o comanda, simplesmente acontece. Há lugar para todos os tipos: pierrôs, colombinas, bruxas, índias, cangaceiros, noiva. Sem esquecer o “Bicho do Tomba”, Saci Pererê e tantas outras figuras que alegram e dão um toque especial ao cortejo.
A jovem Márcia Neide Costa, estudante do curso de Letras da Uefs, escolhida rainha do Bando 2011 desfilou com muita animação, ao lado das princesas e demais candidatas ao título.
O Bando Anunciador da Festa de Senhora Santana foi resgatado pela Uefs em 2007, através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca). A tradicional festa centenária foi extinta em 1987 por iniciativa do poder público municipal e por lideranças religiosas católicas.
Assessoria Cuca/Uefs (Fotos: Edvan Barbosa – Ascom/Uefs)
