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História

Faustão: Comentarista e ex-jogador Casagrande fala da sua volta por cima

O programa relembrou alguns momentos e gols marcantes de sua carreira. Casagrande parou de jogar em 1994, aos 31 anos, por problemas no joelho e pela falta que sentia da família. Ele lembrou o caso de muitos jogadores que fazem sucesso e depois param de jogar.

“A primeira impressão é o sossego, mas depois o cara começa a sentir falta de alguma coisa. Acho que isso acontece em qualquer profissão. É querer preencher um vazio com outra coisa. Aí surge a depressão. Foi o que aconteceu comigo, eu virei comentarista, mas sentia falta de alguma coisa, sentia um vazio, não conseguia.”

 

O comentarista abriu o jogo sobre a sua relação com as drogas: “Foi uma curiosidade na adolescência, e com a minha parada de jogar, eu encontrei erroneamente um falso prazer que a droga te dá e anulava o vazio que eu tinha, mas era uma coisa muito falsa. Quando o efeito passava, o vazio ficava maior. Um dos efeitos da droga é o congelamento emocional, não te deixa nem feliz nem triste. O que te atrai nas drogas é que você não consegue lidar com aquilo sozinho”.

 

Atualmente, ele tem três psicólogos e faz tratamento com psiquiatra. “Às vezes, peço que me acompanhem quando eu saio, não é por medo de uma recaída, é porque eu fiquei muito tempo congelando minhas emoções e a gente se emociona com certas situações”, revela. No tempo em que ficou na clínica, um ano, Casagrande cuidava da horta e do jardim durante o dia.

Nos seus primeiros quatro meses internado, ele não aceitava a doença e queria ir embora, mas depois a ficha caiu. “Eu não sou uma pessoa ruim, nunca prejudiquei ninguém, estava prejudicando a mim mesmo, mas atrás de mim tem dois pais, irmãos, três filhos e amigos. E eu estava sendo egoísta, porque estava prejudicando a eles também. O dependente perde a crítica, não percebe”.

 

Casagrande comentou sobre um acidente ocorrido em 1997. Ele começou a ver visões e saiu de casa e foi para um hotel. Quando ele saiu, dormiu ao volante e acabou capotando. “Ali, que fui internado”.

O filho Leonardo, de 22 anos, relembrou a primeira vez que ficou sabendo dos problemas que o pai tinha. “A gente ia sair para jantar, e eu fiquei no computador esperando ele sair do banho. Foi quando escutei um barulho de alguém caindo no chão e encontrei meu pai no banheiro. Botei ele na cama e ele disse que estava com dores na barriga e precisando de uma ambulância. Eu não acreditei. Uma semana depois, minha mãe me explicou que esses acontecimentos com drogas já estavam acontecendo.”

 

Victor Hugo, o filho de 25 anos, contou o que sentiu na época. “Tudo que o meu pai fez com ele mesmo trouxe uma tristeza para cada membro da família, mas eu cresci muito e aprendi com os erros dele. Sou uma pessoa muito melhor e sei que ele também é.” Casagrande, emocionado, disse que colocou os filhos em uma posição difícil.

A mãe de Casagrande, Zilda, comentou que foi muito difícil assinar a internação do filho. “A gente ficou sete meses sem vê-lo, só através de um vidro pela janela de uma sala, mas ele não via a gente”. O pai, Walter, falou que não percebia o que seu filho tinha. “A gente nunca espera que uma coisa dessas vá acontecer. Agradeço as alegrias que você me deu e dizer que essa fase já passou e não vai voltar mais.”

 

Muito emocionado no palco do Domingão, Casagrande disse que a clínica ajuda a reorganizar a vida do dependente. “O Victor Hugo (filho) é uma pessoa muito madura. Ele percebeu que ele que tinha que tomar uma atitude. Se deixasse nas mãos dos meus pais, eu ia sair da clínica. Minha irmã e meu cunhado já falecido que me ajudaram.”

 

“Todo dia é um desafio. Eu, como jogador, tinha que matar um leão por dia para vencer adversários e agora eu tenho que matar um leão por dia para combater um inimigo. É a luta pela vida”. Hoje, ele acredita no primeiro passo nos Narcóticos Anônimos, em que a pessoa admite que é uma derrotada perante a droga, e que ela é mais forte que a pessoa.

Os colegas de profissão de Casagrande também deram depoimentos sobre o comentarista. Cleber Machado lembrou a participação de Casagrande no seu programa depois da volta. “Foi belíssimo, disse. Caio Ribeiro definiu-o como um cara muito especial. “Poder chamá-lo de amigo é muito gostoso”. Galvão Bueno foi enfático: “Foi fundamental quando você conversando com seu coração, você disse: ‘Não me abandona, não velho, juntos nós vamos dar a volta por cima’.”

 

O depoimento do filho mais novo de Casagrande, Symon, de 18 anos, foi o mais emocionante de todos. Symon contou que não acreditava no que falavam do pai e a família começou a blindá-lo dos problemas. “Eu senti raiva e tristeza, porque ele fazia uma coisa que falava para a gente não fazer. Hoje eu não tenho mais um melhor amigo, mas ele tem como me reconquistar. Eu o sinto como meu melhor amigo dentro de mim, mas ele tem que me mostrar isso pessoalmente”, falou, chorando.

Sem conseguir conter as lágrimas, Casagrande finalizou, muito emocionado. “Se eu tenho vários objetivos na vida, agora eu tenho um maior ainda: reconquistar a amizade do meu filho”. O comentarista lembrou que as drogas não escolhe raça, nem classe social. “É uma armadilha. Você tem que se tratar, caso contrário você volta”. Fonte: G1.

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