Política & Economia

Rapidinhas: E se Dilma e Lula brigarem como ficaria a disputa de 2014?

Podem chamar de precipitação ou loucura, mas a movimentação política da Presidente Dilma Rousseff em direção aos principais líderes tucanos nos últimos dias e a pressa do ex-presidente Lula em retomar uma agenda política, não pode passar despercebido pelos observadores políticos.

Afagos com FHC

O que deu mesmo na cabeça de Dilma para ela precisar fazer tanto afago a Fernando Henrique no dia do seu aniversário de 80 anos? Por que a cena voltou a se repetir na última sexta-feira (19), em São Paulo, quando Dilma foi recebida no Palácio dos Bandeirantes, redutor-mor dos tucanos, aos beijos e abraços por FHC?

Parcerias

Para fazer uma última pergunta: Por que mesmo tantos encontros com o Governador de São Paulo, tantas parcerias e convênios assinados? Civilidade? Pode ser. Pode ser. Mas, por que Lula não fez nada disso quando governou o país? Estilos diferentes? Talvez. Talvez…

Candidato

Mas não dá para nos conformarmos, ainda assim. Em 2014, Lula nega, mas, segundo alguns políticos experientes como o próprio ex-candidato ao Planalto José Serra e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), ele é candidatíssimo. A prova é que, ao invés de estar numa praia curtindo umas férias, voltou a viajar pelo Brasil, em contato com o povo.

Intervalo do 3º mandato

A questão é, se Lula quiser mesmo ser candidato, como ficaria Dilma? Ela se convenceria que veio apenas cumprir um mandato, preencher o espaço para que se cumprisse o intervalo da lei eleitoral, para evitar o terceiro mandato consecutivo do ex-presidente? Será?

Ganhar gosto

E se Dilma ganhar gosto, se a mosca azul mordê-la, se o PT azucriná-la e ela mandar todos para as favas e resolver pegar a carta de alforria? Não está descartado. Com o seu estilo, talvez Dilma não suporte a pressão do PMDB e tampouco as exigências do seu PT. E aí, qual a saída?  

Criatura x criador

Não existem fatos evidentes, mas como na história política é tradição a criatura se virar contra o criador, o fato, uma vez consumado, apenas daria razão à história.

Casos nacionais

Exemplos não faltam neste país. Exemplos nacionais, como os de Leonel Brizola, que cansou de eleger prefeitos no Rio de Janeiro, como Antony Garotinho e Cezar Maia, e depois recebeu um tapa na cara.

Exemplos caseiros

Ou exemplos regionais, como acontece agora em Recife, onde João da Costa se elegeu prefeito através do guarda-chuva de João Paulo, mas, hoje, os dois quase nem se olham mais. Ou, se quiserem, exemplos caseiros, aqui perto de nós, de prefeitos que passaram meses para escolher os seus sucessores, mas logo experimentaram o gosto da traição.  

 

Outros caminhos

Então, voltemos ao caso Dilma x Lula, porque o assunto não está fora de contexto. Uma vez pressionada pelos petistas, Dilma, se ganhar gosto, poderia buscar outros caminhos. Que tal o PDT, de onde ela saiu após 20 anos de militância ao lado de Leonel Brizola?

Com a oposição

Rompida com o campo que lhe elegeu, Dilma teria que catar as folhas das árvores secas. E o seu caminho natural seria se aproximar da oposição. Até porque já percebeu que não teria dificuldades. Afinal, na primeira esquina, FHC já lhe jogou flores, recomendando ao seu próprio partido que não avance na CPI da Corrupção, que assusta o Planalto.

As duas chapas

Que tal uma chapa com Dilma e Aécio Neves para enfrentar a outra chapa Lula e Eduardo Campos? Tudo não passa de imaginação, mas tudo também é possível neste mundo de traições e complicações políticas.

Quem com quem

Com quem ficaria o PT? Evidentemente que o PT governista tenderia a ficar com Dilma, mas o PT descontente voltaria correndo para o colo de Lula. Certo mesmo, Dilma ficaria com o PDT, PSDB, DEM e PPS. Lula ficaria com o PT oficial, talvez o PMDB (se conseguir largar o osso), o PSB (se receber a vice), o PR (para se vingar de Dilma). Quanto ao PCdoB, é preciso aguardar mais um tempo.

Imaginação

Enfim, tudo não passa de imaginação. Mas, se não estamos enganados com o jogo que ocorre à nossa frente, e nos bastidores, algo parecido pode acontecer. É aguardar.   

Por Evandro Matos

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