De posse de foices, facões, enxadas e pedaços de madeira, os manifestantes gritavam palavras de ordem e cânticos do movimento nacional do MST.
Segundo Evanildo da Costa, diretor estadual do MST na Bahia, o objetivo do bloqueio é pressionar e pedir agilidade dos Governos Federal e Estadual nos processos da reforma agrária no país.
“Aqui no Estado temos uma pauta negociada com o governo há mais de cinco anos e até hoje não avançamos nada. Quanto ao Governo Federal, a inexistência de um plano nacional de atendimento às famílias acampadas tem desagradado os líderes nacionais do MST”, disse o dirigente do MST.
“Precisamos que a presidente Dilma desengavete os decretos de desapropriação de terras que estão na Casa Civil para que possamos assentar as 60 mil famílias que vivem em acampamentos em todo o Brasil, sendo 25 mil delas no estado da Bahia”, acrescentou.
O dirigente relatou ainda que o movimento de Barreiras faz parte da mobilização nacional do MST que está acontecendo simultaneamente em 17 estados do Brasil, inclusive com a ocupação do Ministério da Fazenda em Brasília.
“Vamos continuar o dia inteiro com esse bloqueio ou até que alguém de Salvador marque mais uma audiência com o secretário de Agricultura da Bahia e com os órgãos competentes para que possamos debater a pauta já acertada e não cumprida em momentos anteriores. Já discutimos a questão de infraestrutura nos assentamentos, falta de assistência técnica e agilidade nas desapropriações de terras subocupadas”, afirmou Evanildo.
Equipes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar de Barreiras foram até o local para negociar a liberação da pista, que por volta das 10h registrava um congestionamento de 10 Km.
Por volta das 11h, integrantes do governo do estado entraram em contato com os líderes do movimento e marcaram duas audiências em Salvador. Após assembléia do MST, a pista foi liberada.
Furando o bloqueio
Um agricultor que passava no local no momento em que a pista estava sendo trancada pelo MST, tentou furar o bloqueio e teve sua caminhonete danificada pelos manifestantes.
A caminhonete Ranger Rover, de placa JSL 4106, de Luís Eduardo Magalhães/BA, teve o vidro dianteiro quebrado e várias partes do veículo amassadas e riscadas por golpes de foices, facão e machado.
A reportagem entrou em contato por telefone com Euzébio Maggionni, proprietário do veículo, mas ele não quis comentar o ocorrido. Com informações e fotos de Eduardo Lena, jornal Nova Fronteira.