Cerca de 11 mil funcionários do complexo entrarão em férias coletivas e só retornarão ao trabalho em 10 de outubro. Com isso, cerca de 30 mil carros (Fiesta e Eco Sport) deixarão de ser produzidos no estado.
A Ford confirmou a suspensão da atividade na fábrica baiana. Numa nota breve, enviada pela assessoria de imprensa, a empresa justificou que a medida foi tomada “a fim de ajustar os estoques à demanda do mercado”.
Na semana passada, o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze, já havia demonstrado preocupação em relação aos estoques de veículos nas concessionárias em todo o país.
Em agosto, eles já representavam 40 dias de venda, enquanto o normal seria entre 21 e 22 dias. “Depois desse limite, a saúde financeira da concessionária pode ser afetada devido ao custo elevado de se manter os estoques”.
O especialista em mercado automotivo, Pedro Kutney, explica que quando isso acontece é sinal de que o mercado está em retração. O motivo, analisa Kutney, estaria relacionado, principalmente, com as medidas de restrição do crédito, implementadas pelo governo federal no final do ano passado.
“Os principais prejudicados foram os compradores de primeira viagem. Eles se afastaram do mercado, com medo dos juros altos”, disse.
Diretor comercial da Indiana, Alexandre Rodrigues se disse surpreso com a decisão da Ford. Segundo ele, a concessionária, que é revendedora da marca, vem mantendo as vendas em ritmo “normal”.
“Houve uma pequena queda, quase insignificante. O estoque está um pouco elevado, mas as vendas continuam boas”, destacou. De acordo com ele, a Ford ainda não havia comunicado à concessionária sobre a decisão.
O diretor regional da Fenabrave, Raimundo Valeriano, discorda que há uma retração no mercado automotivo e disse não entender a decisão da companhia. “No âmbito do varejo, está tudo normal. As vendas continuam em alta e esperamos um crescimento de 10% este ano em relação a 2010”.