Depois de quase quatro horas de negociação, mediadas pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, os trabalhadores aceitaram a proposta dos Correios de concessão de reajuste de 6,87% a partir de 1º de agosto e aumento linear de R$ 80 a partir de 1º de outubro.
Na prática, o impacto total na base salarial da categoria será de 16,78% a partir de outubro, o que representa um aumento real de 9,9%. Os Correios também oferecerão aos trabalhadores um seguro medicamento, que dará direito à compra de remédios com desconto e ressarcimento do valor gasto com medicamentos, entre outros benefícios. O valor do reembolso ainda não foi fechado.
Em relação ao desconto dos dias parados, o ponto mais crítico das negociações, os Correios fizeram a concessão de não descontar 15 dos 21 dias de duração da greve. A estatal, porém, não abriu mão dos seis dias já descontados na folha de pagamento de setembro, mas aceitou a proposta da ministra de que os valores descontados sejam devolvidos rapidamente, em folha suplementar, em prazo de até cinco dias úteis após o retorno ao trabalho.
Os grevistas, no entanto, não ficaram imunes à cobranças desses seis dias. O valor será efetivamente cobrados em 12 parcelas sobre os salários, mas somente a partir de janeiro.
Como esse parcelamento, que representa o desconto de meio dia de trabalho por mês durante os 12 meses de 2012, incide sobre o salário com os reajustes estabelecidos e afeta inclusive a data base da categoria do ano que vem, que é em agosto, vai ficar a critério de cada trabalhador manter o desconto já realizado ou aderir ao parcelamento.
Os atrasos de correspondências já somam 136 milhões de objetos, o que representa três a quatro dias de carga postal. O porcentual de trabalhadores que aderiram à paralisação mantém-se em 20%, segundo a estatal. Informações da Agencia Estado.