É o que sugere um estudo da Faculdade de Saúde Pública da USP, que relacionou o consumo desse nutriente por trabalhadores noturnos com seu grau de sonolência.
A nutricionista Patricia Nehme, autora do trabalho, realizou uma intervenção alimentar com 24 funcionários da segurança de uma empresa, controlando alguns fatores de sua alimentação. Antes da intervenção, a pesquisadora avaliou o grau de sonolência dos pesquisados.
Depois de um determinado intervalo, a quantidade de carboidratos da alimentação foi aumentada por cinco dias. Após um intervalo de dois dias, aumentou-se também a quantidade de proteínas na alimentação noturna dos trabalhadores, também por cinco dias.
Segundo a pesquisadora, a intervenção alimentar não alterou a ingestão de lipídios pelos funcionários, mas outros fatores foram controlados, como o consumo de café.
A partir das observações, a pesquisadora concluiu que o aumento da sonolência é mediado pelo Índice de Massa Corporal (IMC), ou seja, quanto maior o IMC, maior a influência da alimentação em sua sonolência.
Foi observado ainda que os carboidratos favorecem a sonolência nos obesos. Segundo a nutricionista, já era conhecido o fato de que os trabalhadores noturnos têm maior chance de desenvolver obesidade, mas a influência do IMC na sonolência foi inesperada e aponta para a importância de sua prevenção.
Segundo Patrícia, a obesidade no trabalho não é uma questão pensada normalmente, sendo seu estudo uma chance para as empresas atentarem à alimentação de seus trabalhadores, tanto por causa de seu bem-estar quanto pelo rendimento.
“Os trabalhadores noturnos costumam comer a mesma coisa que os diurnos, e ficou claro que a alimentação influi no rendimento. Assim, os cardápios diferenciados são uma coisa que as empresas podem começar a pensar a partir de agora”, afirma.
Agência USP
