Educação & Cultura

Amigos de Glauber apontam erros, e Nelson Motta corrige biografia

Diante do fato, o autor desculpou-se e a editora informou que vai corrigi-los na próxima reimpressão. Quem detonou o caso, noticiado pelo portal “Terra Magazine”, foi o historiador e poeta Fernando da Rocha Peres, 75, amigo de juventude de Glauber e um dos personagens citados no livro.

Peres é erroneamente identificado na obra como sendo “Bananeira”, apelido de outro amigo de Glauber na mesma época, o jornalista Fernando Rocha, e aponta o que seriam outros erros pontuais na biografia.

As histórias atribuídas à “Bananeira”, cujo nome é citado mais de 40 vezes no livros, são na verdade de Peres, que Glauber diz ter entrevistado na Bahia em 1989 – o historiador diz que não se recorda – e ter a fita guardada.

Peres enviou um telegrama à Objetiva com o seguinte texto: “Senhor editor: recebi dois exemplares não solicitados do livro ‘A Primavera do Dragão’, do sr. Nelson Motta. Agradeço a oferta editorial. Tenho a dizer que o livreco é feio, mal escrito e mentiroso e mais houvera adjetivos”. Não recebeu resposta diretamente. Mas autor e editora se manifestaram.

Nelson Motta divulgou uma carta em que pede desculpas aos dois Fernandos, o historiador e o jornalista, por ter confundido um com outro, “um equivoco que lamento e será corrigido na próxima edição, mas em nada afeta a narrativa em que o protagonista absoluto é outro Rocha: Glauber”.

O jornalista desculpou-se por outro erro pontual, de ter identificado a atriz Sonia Pereira, do filme “Mandacaru Vermelho”, como Sonia Coutinho –na verdade uma escritora.

A editora Objetiva informou que “fará as mudanças conforme instruções do autor na próxima reimpressão, que é iminente (….), até o dia 15 de novembro.”

Disse ainda que os exemplares em circulação não serão recolhidos. A tiragem inicial de “A Primavera do Dragão”, lançado no fim de setembro, foi de 20 mil exemplares. A Objetiva diz não ter fechado o primeiro balanço de vendas.

Em entrevista à Folha, Fernando da Rocha Peres, professor emérito de história da UFBA (Universidade Federal da Bahia) com vários livros publicados, entre os quais uma biografia do poeta Gregório de Mattos, creditou os problemas apontados a uma certa folclorização da cultura baiana.

“É um livro pouco sério, e a Bahia é séria. Não é um balneário para os cariocas virem se divertir. O problema é que certos indivíduos assentados no divã das celebridades imaginam que a Bahia é um balneário.” Informações e foto do Folha de São Paulo. 

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