Uma delas é Raul Seixas, cujo documentário teve exibição única no evento, ocupando três salas do Espaço Unibanco Arteplex, na última quinta-feira (03).
A outra é o político e guerrilheiro Carlos Marighella, cujo filme já contou com quatro sessões e ainda terá mais uma na próxima quinta-feira, no último dia do festival.
Raul – O Início, o Fim e o Meio é dirigido pelo cineasta e diretor de fotografia paraibano Walter Carvalho (o mesmo de Cazuza – O Tempo Não Para).
O filme foi ovacionado por um público que tinha muitos fãs do roqueiro baiano (muitos “sósias” na plateia).
A sessão inteira foi muito festiva, desde o anúncio, em primeira mão, feito pelos produtores, de que o filme estreará em circuito de cinema em todo Brasil a partir de janeiro.
Cronologia
Carvalho construiu uma cinebiografia muito informativa, com uma grande riqueza de imagens (muito material inédito de arquivo) e um trabalho de recuperação de áudio original primoroso.
Optou por uma abordagem bastante jornalística, seguindo a cronologia da vida do artista, desde os seus primeiros passos na Bahia dos anos 1940, até a sua morte, em agosto de 1989, justamente quando saía de um período de ostracismo, arrastado pela parceria com outro roqueiro baiano, Marcelo Nova (ex-Camisa de Vênus).
O filme consegue depoimentos esclarecedores, das mais diversas fontes. Traz todas as mulheres e amantes conhecidas de Raul Seixas, seus parceiros, incluindo o escritor Paulo Coelho, e os colegas de geração. Nomes como Caetano Veloso e Zé Ramalho aparecem falando de suas ligações com o “Maluco Beleza”.
Mistérios
O filme perpassa todas as fases dos 26 anos de carreira, as ligações com a magia negra, com o misticismo, os altos e os baixos da carreira. Não toma partido e deixa que o espectador julgue os assuntos mais delicados.
Engrandece o personagem, revelando a complexidade do homem e do artista, deixando no ar também alguns pequeninos e valorosos mistérios, que Consolidaram o mito em torno de sua figura.
Por João Carlos Sampaio