Educação & Cultura

Cara do interior: Stand dos cordelistas foi destaque na Bienal do Livro da Bahia

Pelo menos em termos de animação e criatividade, o Estande dos Trovadores foi, de longe, o mais animado e de maior movimentação durante a Bienal. Para sintetizar tudo isso, logo na chegada a primeira barraca era de Franklin Maxado, um cordelista de Feira de Santana, que não vive disso, mas, certamente, vive por isso.

Advogado e jornalista, Maxado se transformou em uma grande atração da Feira. Com um megafone nas mãos, vez em quando ele deixava a sua barraca de livretos de cordel e xilogravuras para anunciar ao público o seu mais novo produto:

“Descubra por que o Metrô de Salvador não anda”, dizia, circulando no meio do povo, para anunciar com um grande ideia o seu mais novo livro de cordel. “Eu descobri que é porque o exu não foi despachado”, acrescentava, respondendo à polêmica levantada.

Foi neste clima que os cordelistas, xilogravuristas, repentistas, poetas populares e outros artistas vivenciaram durante os dez dias da 10ª Bienal do Livro da Bahia, realizada no Centro de Convenções entre os dias 28 de outubro e 06 de novembro.

J C Freitas e Barreto

Ao lado de Franklin Maxado outros dois estandes também mostravam a riqueza do espaço. Em um estava o cordelista Jotacê Freitas, um cordelista nascido em Senhor do Bonfim, mas hoje radicado em Salvador, também vendendo a sua arte.

“O movimento hoje (era o domingo, dia 06) está melhor, mas no meio da semana foi fraco. Tava bom mais para quem está vendendo brinquedo para as crianças”, sintetizou Jotacê Freitas à reportagem do Interior da Bahia.

Outro que oferecia um grande atrativo no espaço era Barreto, ou Antônio Barreto, cordelista que se destacou recentemente com o irônico cordel defenestrando a Globo, Pedro Bial e o programa Big Brother.

Natural de Santa Bárbara, Barreto também se queixou do movimento da Feira, mas avaliou que o domingo (último dia) estava mais animado. “Melhorou mais neste fim de semana”, pontuou.

Ambiente do interior

Mas, além dos estandes de Maxado, Jotacê e Barreto, o espaço também tinha mais gente para vender e contar suas histórias e poesias. Luiz Natividade, natural de Alagoas, mas na Bahia há 30 anos, também vendia peças de xilogravuras. 

Ao seu lado, Gabriel Arcanjo, um soteropolitano com cara de interiorano, também comercializava xilogravuras e fazia o seu comercial.

No meio do estande, um palco enriquecia mais ainda o cenário, recebendo poetas de cordel e amantes da poesia universal. No público, senhoras, jovens, estudantes e intelectuais que por lá passavam religiosamente. E a resenha corria solta, de boca em boca, típico de um ambiente do interior.

Por Evandro Matos.  

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