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Pais de alunos boicotam eleição de dirigente escolar em Lauro de Freitas

O protesto, restrito à unidade escolar situada no bairro de Buraquinho, é voltado contra a candidatura única da professora Luciene Francisca de Jesus, cuja rejeição motivou o Colegiado Escolar, instância máxima da escola, a protocolar um pedido de devolução à Secretaria Municipal de Educação (Semed). A candidata  foi contestada por ineficiência pedagógica e falta de comprometimento com o trabalho.

“Ao longo do trabalho de conscientização que temos feito, pedindo aos pais para não votar, temos colhido relatos horripilantes. A turma dela começou com oito alunos, mas três já pediram transferência e os que ficaram reclamam do péssimo tratamento dado por esta professora aos alunos. Ganhando ou perdendo a eleição, a candidata terá de responder por sua conduta em sala de aula”, declarou a pedagoga Milena Velloso de Azevedo, mãe de dois filhos e professora voluntária de inglês da Jovina.

Por sua atuação, Milena foi acusada pela candidata de envolvimento em um arrombamento ocorrido há 10 dias na Escola, em que foram levados documentos com informações sobre os pais. A ilação foi feita durante a reunião promovida pela Comissão Eleitoral Central, mas a acusada teve seu direito de defesa cerceado. “A acusação foi pública e a candidata terá a oportunidade de provar o que disse na Justiça”, declarou Milena.

Para o cineasta Henrique Dantas, pai de um aluno da educação infantil na Jovina, a maneira autoritária com a qual a Comissão Central Eleitoral impediu a livre manifestação dos pais e ainda dissolveu a Comissão Eleitoral Escolar, ilustra as dificuldades que os pais têm enfrentado ao apontar as irregularidades do processo eleitoral.

“Temos feito todo o possível do ponto de vista legal para impugnar esta candidatura, mas não somos ouvidos. Sabemos que é quase impossível derrotar uma candidata única, mas amanhã estaremos atentos e vigilantes contra qualquer tentativa de coação aos eleitores”, declarou Dantas.

Para eleger-se, a candidata única precisa apenas de 50% de quorum na urna dos funcionários, e 25% na urna dos pais e dos alunos. Menor escola das 84 que compõem a rede municipal, a Jovina tem um colégio eleitoral formado por 53 pais e 12 professores e servidores votantes.

Os funcionários apoiam a candidata única, enquanto os pais querem a permanência da atual diretora, Maria Aparecida Barbosa, que não pode concorrer porque não tem seis meses na Escola, condição imposta pelo edital das eleições.

“O problema é que Cida assumiu a diretoria em setembro para fazer justamente o que sua antecessora deixou de fazer, ou seja, cobrar profissionalismo e coibir abusos praticados por algumas das pessoas que hoje dão suporte à candidatura de Luciene. É o sentimento de vingança e o espírito corporativo colocado acima dos interesses da coletividade”, resumiu o jornalista Aurelio Nunes, pai de dois alunos.

MoVa-tE

O protesto contra a candidatura de Luciene é encabeçado pelo Movimento de Valorização da Escola Pública – MoVa-tE, composto por pais que atuam em parceria com a Semed desde outubro de 2010.

Em pouco mais de um ano, o MoVa-tE promoveu um curso intensivo de capacitação em Pedagogia Integradora para 20 professores da rede pública, realizou o projeto da construção de pátio coberto e nova sala de aula da Jovina, a captação de doações junto a empresários para montagem de campo de futebol, paisagismo, gramado, construção de parque infantil, aquisição de mobiliário para o pré-primário, arregimentação de professores voluntários para aulas extracurriculares de artes, inglês, música e capoeira a todos os alunos, além dos mutirões de capinagem e de construção de mesas e bancos de madeira com sobras da reforma realizada pela Semed no início do ano.

“Infelizmente, algumas pessoas entendem que nossa função é apenas trazer melhorias estruturais à escola, mas nós do MoVa-tE temos a convicção que nosso principal papel é o de exercer o controle social, exigindo que os servidores públicos cumpram com zelo e competência as funções para as quais são remunerados com o dinheiro de todos os contribuintes”, argumenta a professora universitária Tacila Siqueira.

Aurelio Nunes – MoVa-tE

9973-6445

aurelionunes@hotmail.com

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