Dona Antônia Matos, como era mais conhecida, faleceu no dia 18 de dezembro de 2010, no Hospital da Bahia, na Avenida Magalhães Neto, em Salvador, após passar vários dias internada.
Ela sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral), em sua residência, em Riachão do Jacuipe e foi levada às pressas para o Hospital Regional dessa cidade. Contudo, logo foi transferida para Salvador, inicialmente para o Hospital Agenor Paiva, na cidade Baixa, e depois para o Hospital da Bahia.
Quando sentiu o AVC, Dona Antonia conversava normalmente com as suas filhas Valdete e Dalila, em sua residência.
História começa em Juazeirinho
A morte de Dona Antônia Matos deixou uma lacuna não só no seio da sua família como na vida de quem lhe conheceu. Foi, como a maioria das mulheres do seu tempo, uma guerreira tanto na labuta de casa quanto nas atribuições pesadas fora dela.
Casada com Antônio Marcolino de Matos, ela teve 18 filhos, dos quais 14 procriaram e 04 pereceram. Dona Antônia nasceu na Fazenda Poço do Juazeiro, em Juazeirinho, município de Conceição do Coité. Filha de Isabel Elisa Carneiro e José Silvestre Carneiro. Além dos filhos, ela deixou 33 netos e 11 bisnetos.
Dos filhos, nove homens: Orlando, Valdomiro, Valfredo (in memorian), Osvaldo, Lauro, Antônio, Evandro, Manoel e Romário; e cinco mulheres: Valdete, Orlandina, Dalila, Ezenilda e Regina (in memorian).
Após viver os primeiros anos de casada em Juazeirinho, depois se mudou com a família para Riachão do Jacuipe, instalando-se na Fazenda Alegria, em uma área desmembrada da antiga Fazenda Guedes, onde nasceu a maioria dos seus filhos.
Exemplo de luta
Na Fazenda Alegria, Dona Antonia fez de tudo um pouco. Como dona de casa, criou os filhos com muito esforço, mas ainda tinha tempo para ajudar nas tarefas mais pesadas. Como um desses exemplos, buscamos um fato marcante de sua vida.
“Na ausência de pai, que às vezes precisava viajar cedo para Feira de Santana, nos dias de segunda-feira, ela vestia as roupas dele para o gado não estranhar e ia para o curral tirar o leite”, lembra Dalila, uma de suas filhas.
Mas ela era também uma mulher das artes. Exímia costureira, o seu trabalho ajudou na criação dos filhos. Mas fazia trabalhos de artesanatos de barro e, principalmente, trabalhos de renda e crochê.
Como este exemplo, a vida de Dona Antônia foi marcada de muitas lutas, sempre enfrentando as tarefas domésticas e a seca com coragem e determinação.
Quando veio morar na cidade, com a morte de seu Antônio, assumiu mais uma vez um papel preponderante na família. Além de mãe, e já avó de vários netos, fez também a função de pai, assumindo uma liderança inconteste sobre todos.
Por tudo isso Dona Antônia foi, sem dúvida, uma dessas mulheres nordestinas raras que passaram aqui na terra.
Da redação