História

Riachão: Povo ainda chora a perda do ex-prefeito Valfredo Matos

A população ainda comemorava a entrada de um novo ano, mas, de repente, o rádio informa em nota triste: “Morreu na manhã de hoje o ex-prefeito Valfredo Matos, no Hospital Santa Isabel, em Salvador”.

De repente, a cidade parou e um mar de lamentos e prantos se abateu sobre a população. O comércio fechou as portas e as pessoas se olhavam, incrédulas. A partir daí, um velório que movimentou o Ginásio de Esportes durante toda a noite, seguido de um sepultamento que levou aproximadamente 25 mil pessoas ao cemitério da cidade.

Valfredo estava internado no Hospital Santa Isabel, teve melhoras e recebeu alta. Mas, entre idas e vindas, acabou morrendo no dia 05 de janeiro de 2005.

Nesta quinta-feira (05), a sua esposa, D. Tânia Regina Matos, e os filhos Érico e Júnior, se juntaram a outros familiares, amigos e admiradores em missa dedicada à alma do ex-prefeito, em Riachão do Jacuípe.

Legado

Valfredo Matos foi prefeito de Riachão em dois mandatos, deixando um leque de obras que transformaram a cidade. Ex-bancário do Baneb, ele teve uma carreira de grande projeção, ocupando as gerências de Riachão, Conceição do Coité e Irecê.

Mas antes de se transformar em bancário e político, Valfredo também foi um grande desportista e empreendedor. Foi um destacado goleiro, organizou competições esportivas e fundou a Liga Jacuipense de Futebol (LJF), além de participar de várias campanhas comunitárias.  

     

Saudade

Desde a sua morte, os lamentos pela perda de Valfredo seguem até hoje entre familiares, amigos e fãs. Em um dia qualquer de 2006, em conversa com este repórter, uma mulher de Barreiros cita o nome de Valfredo, relembra fatos interessantes e cai em prantos.

Cerca de três anos depois, a paixão e a saudade continuavam. Dona Dos Reis, Dona Maria, Carlos, José, Antonia, ou vários personagens identificados e não citados, se reencontravam em orações para cobrar saudades de Valfredo.

No dia a dia, amigos mantêm a sua foto nas carteiras, na tela dos celulares, postam mensagens e baixam músicas. Vários celulares têm o toque com a sua tradicional música de campanha. “É uma coisa que eu não sei explicar”, sintetiza um admirador.

Véspera de Natal de 2011, em um bar no centro da cidade, um homem identifica um irmão de Valfredo e se aproxima. “Eu sabia que hoje eu ia encontrar qualquer um de vocês. Isso aqui é seu, porque é como se eu tivesse dando a Valfredo”, pontuou o homem, entregando uma sacola repleta de frutas.

Mas o homem senta e pede uma cerveja. Toma o primeiro gole e puxa a conversa. O tema: Valfredo. Como era véspera do Natal, a emoção parecia vir mais forte. Em pouco tempo, vira o rosto e limpa os olhos: chorava e lamentava como uma criança.

    

Da redação

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